Nós revisamos os registros de 200 exames de líquido cefalorraquidiano (LCR) realizados para avaliar alterações agudas da consciência em pacientes adultos atendidos em um pronto-socorro neurológico. 61% eram homens e a idade média era 46 anos. Os dados clínicos mais comuns foram infecciosos e neurológicos. O LCR foi anormal em 149 (74,5%) pacientes e as síndromes mais comuns foram: compressiva (21%), hemorrágica (11,5%), "viral" (8,5%), séptica (7,5%), hiperglicorraquia moderada (6,5%), distúrbio hidro-eletrolítico (5,5%). Nós classificamos os resultados anormais em dois grupos: 1 - suficientes para uma decisão clínica imediata; 2 - inespecíficos. O primeiro grupo foi encontrado em 27,5% dos pacientes e em 36,9% dos resultados anormais. Houve algumas correlações estatisticamente significantes entre dados clínicos e síndromes liquóricas: síndrome séptica e febre e sinais meníngeos, síndrome hemorrágica e cefaléia e sinais meníngeos, distúrbio hidro-eletrolítico no LCR e convulsões, hiperproteinorraquia acentuada e cefaléia, febre, sinais meníngeos e vômitos, hiperproteinorraquia moderada e idade acima de 65 anos e sexo masculino. Em pacientes atendidos em pronto-socorro neurológico com alterações agudas da consciência, o exame do LCR frequentemente pode contribuir para um diagnóstico etiológico. Deve ser solicitado após rigorosa avaliação clínica do paciente.
líquor; consciência; emergência