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Cefaleia aguda atribuída ao acidente vascular cerebral isquêmico: avaliação das características e fatores associados

Resumo

Antecedentes

A cefaleia atribuída ao acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) tem uma frequência de 7,4% a 34% dos casos. Apesar de ser considerada frequente, esta cefaleia ainda é pouco estudada em termos de seus fatores de risco e características.

Objetivo

Avaliar a frequência e as características clínicas da cefaleia atribuída ao AVCi e os fatores associados com a sua ocorrência.

Métodos

Este foi um estudo transversal que incluiu pacientes admitidos consecutivamente com até 72 horas do início do AVCi. Foi utilizado um questionário semiestruturado. Os pacientes realizaram ressonância magnética.

Resultados

Foram incluídos 221 pacientes, 68,2% dos quais eram do sexo masculino, e com idade média de 68,2 ± 13,8 anos. A frequência da cefaleia atribuída ao AVCi foi de 24,9% (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 19,6-31,1%). A duração mediana da cefaleia foi de 21 horas, e ela se iniciou com mais frequência ao mesmo tempo em que o déficit focal (45,3%), teve instalação gradual (83%), foi de moderada intensidade, pulsátil (45,3%), bilateral (54,6%) e teve um padrão semelhante ao da cefaleia de tipo tensional (53,6%). A cefaleia atribuída ao AVCi esteve significativamente associada à cefaleia de tipo tensional prévia, e à migrânea com e sem aura prévias (regressão logística).

Conclusão

A cefaleia atribuída ao AVCi é frequente, tem padrão mais habitual semelhante ao da cefaleia de tipo tensional, e está associada aos antecedentes de cefaleia de tipo tensional e migrânea.

Palavras-chave:
Cefaleia; Transtornos Secundários da Cefaleia; Cefaleias Vasculares; Infarto Cerebral; AVC Isquêmico

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