RESUMO
A esclerose múltipla é uma doença imunomediada do sistema nervoso central. Seu tratamento tem sido focado no controle da inflamação o mais cedo possível para evitar incapacidade. O transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas (TACTH) vem sendo usado para tratar esclerose múltipla desde 1996, e recentes resultados foram decisivos a respeito do benefício na eficácia a longo prazo. Cinco pacientes seguidos num centro de esclerose múltipla de Belo Horizonte, Brasil, que apresentavam forma clínica remitente recorrente com alta atividade de doença foram submetidos a esse tratamento de 2009 a 2011. Após o transplante foram avaliados clinicamente e com ressonância magnética, e escala de EDSS, a cada seis meses até julho de 2018. Os pacientes eram quatro mulheres e um homem, com idade entre 25 e 50 anos e tempo de doença variando de 4 a 17 anos na época do procedimento. Quatro pacientes melhoraram após a primeira avaliação e um manteve-se estável. Todos os pacientes permaneceram sem evidência de doença clínica ou radiológica de 5 a 9 anos após. Com uma seleção cada vez mais criteriosa de pacientes o TACTH pode interromper a disseminação do epítopo e controlar a progressão da doença. Apesar de várias outras opções terapêuticas aprovadas para esclerose múltipla o TACTH continua a ser uma forma de tratamento a ser considerada em casos de doença muito agressiva.
Palavras-chave:
Células-tronco; autoenxertos; esclerose múltipla; terapêutica