Vinte e três crianças com crises convulsivas neonatais foram seguidas, prospectivamente, até idade em média de 11 meses. O peso ao nascimento variou de 1700 a 4230 gramas; 2 eram pré-termo; 17 eram meninos e 6, meninas. A encefalopatia hipóxico-isquê-mica foi a etiologia mais frequente (82,6%). Houve predomínio das crises clônicas focais, presentes em 7/16 crianças nas quais o tipo de crise foi identificado. Todas as crianças foram submetidas a exame neurológico e avaliação eletrencefalográfica e, em 18 delas, foi realizado exame ultrassonográfico (US) de crânio durante o seguimento ambulatorial. A medicação anticonvulsivante foi interrompida se o EEG e o exame neurológico eram normais no seguimento. A recorrência de crises foi observada em 7/23 crianças (30%). Houve relação estatisticamente significante entre a recorrência de crises e anormalidades do exame neurológico, EEG e US de crânio. Concluímos que as crianças com crises convulsivas neonatais podem permanecer sem medicação anticonvulsivante desde que não apresentem anormalidades ao exame neurológico, ao EEG e ao US de crânio.
recém-nascido; convulsão neonatal; recorrência de convulsão