Uma paciente epiléptica jovem foi vítima de queda de certa altura após crise tônico-clônica generalizada. Foi admitida em coma no Setor de Emergência. Sua investigação clínico-radiológica mostrou presença de hematomas interhemisféricos, extensa secção traumática do corpo caloso e contusões fronto-basais. A despeito de hemiparesia residual, sua investigação neuropsicológica não mostrou sinais de desconexão hemisférica, compatível à integridade da região do esplênio ao exame de RMN. Após o trauma, a paciente, apresentou grande melhora da síndrome epiléptica. O papel relativo de cada uma das lesões traumáticas é difícil de ser inferido, em se tratando de lesão cerebral múltipla. O provável mecanismo fisiopatológico deve incluir impacto direto do corpo caloso contra a foice, além de mecanismos de aceleração/ desaceleração.
epilepsia; trauma craniano; calosotomia; lesão axonal difusa