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Desmielinização na neurocisticercose intraventricular experimental

Resumo

A neurocisticercose (NCC) é classificada como uma doença tropical negligenciada que afeta principalmente a América Latina e a África, apesar de alguns relatos na América do Norte e na Europa. A NCC é responsável por cerca de 30% dos casos de epilepsia em países endêmicos. Estas lesões parecem ter estreita relação com o estádio de desenvolvimento, com a localização e o número de parasitas, bem como a resposta imune do hospedeiro. O presente estudo objetivou caracterizar a resposta de células inflamatórias e as lesões teciduais pela análise da desmielinização periventricular e parenquimatosa ao longo da infecção experimental de NCC intraventricular. Para tanto, camundongos BALB/c foram submetidos a NCC experimental através da inoculação de cisticercos de Taenia crassiceps. O encéfalo foi retirado aos 7, 30, 60 e 90 dias após inoculação (DAI) e analisado após coloração por Hematoxilina e Eosina (HE), Luxol Fast Blue e Nissl. Observou-se ventriculomegalia, processo de infiltração inflamatório composto por células polimorfonucleares, mononucleares e macrófagos espumosos. A presença de células inflamatórias foi associada com neurodegeneração, observada pelas áreas de desmielinização que foram inicialmente periventricular e mais tardiamente no parênquima. Em conclusão, observa-se que a presença dos cisticercos e a inflamação foram capazes de promover desmielinização periventricular inicial e parenquimatosa conforme houve progressão tardia da infecção.

Palavras-chave:
neurocisticercose; desmielinização periventricular; desmielinização parenquimal; Taenia crassiceps

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