Resumo
Antecedentes
O peptídeo natriurético cerebral (BNP, na sigla em inglês) e a troponina estão intimamente relacionados com a embolia cerebral cardiogênica (CCE, na sigla em inglês), mas a relação com pacientes não cardioembólicos com isquemia de circulação anterior (ICA) e isquemia de circulação posterior (ICP) não é clara.
Objetivo
Investigar o valor preditivo dos níveis séricos iniciais do BNP e da troponina no prognóstico de pacientes com AVC isquêmico não cardiogênico.
Métodos
Os níveis séricos de BNP e de troponina foram recolhidos de pacientes com primeiro episódio de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico dentro de 12 horas após o início dos sintomas, com localização classificada como ICA e ICP de acordo com exame de ressonância magnética (RM). De acordo com a pontuação modificada da escala de Rankin (mRS), aos 90 dias após o início dos sintomas, ICA e ICP foram divididas respectivamente em um grupo de bom prognóstico (mRS entre 0 e2) e em um grupo de mau prognóstico (mRS entre 3 e 6). Foram registrados exames laboratoriais e outros exames complementares de todos os pacientes. Foram utilizadas análise fatorial única e análise de regressão logística multivariada para investigar a relação entre os níveis séricos de BNP e de troponina e o resultado funcional.
Resultados
A regressão logística multivariada evidenciou que os níveis mais altos de BNP inicial (odds ratio [OR] = 1,024, intervalo de confiança [IC] de 95%: 1,006–1,041; p = 0,007) e proteína C reativa (CRP, na sigla em inglês) (OR = 1,184; 95%CI: 1,024–1,369; p = 0,022) foram preditores independentes de mau prognóstico funcional da ICP não cardiogênica aos 90 dias após o início dos sintomas.
Conclusões
Os níveis iniciais de BNP e CRP se associaram a maus resultados funcionais em pacientes com ICP não cardiogênica aos três meses, independentemente da troponina.
Palavras-chave
Infarto da Artéria Cerebral Anterior; Infarto Encefálico; Peptídeo Natriurético Encefálico; Troponina; Proteína C-Reativa; Prognóstico; Embolia