Resumo
Antecedentes
A tomada de decisão social (TDS) é frequentemente estudada por meio de paradigmas de jogo, em que os participantes alocam recursos entre si e outros com base em regras predefinidas. Em uma versão adaptada do jogo do ultimato (JU), o comportamento de TDS foi modulado em resposta ao grau de justiça das ofertas monetárias e ao contexto social dos oponentes, projetado para produzir comportamentos pró-sociais ou punitivos.
Objetivo
Investigar se a TDS avaliada pelo JU é afetada pela idade e escolaridade, pois é relevante saber se variáveis sociodemográficas podem influenciar os resultados do JU.
Métodos
Participaram 131 adultos saudáveis, sendo 35 jovens universitários e 96 participantes do programa USP 60+ (antigo Universidade Aberta à Terceira Idade). A amostra foi dividida em 3 faixas etárias (17–22, 60–69 e 70–79 anos) e 3 faixas de escolaridade (4–8, 9–11 e ≥ 12 anos).
Resultados
Idade e escolaridade não afetaram o desempenho em ofertas monetárias justas. Diferenças foram observadas nas condições injustas. O grupo mais velho (70–79 anos) aceitou menos as ofertas injustas de referência (sem contexto social), quando comparado com o grupo de 17–22 e o de 60–69 anos (17–22 = 60–69 > 70–79). Em relação às condições pró-sociais injustas e punitivas injustas, os idosos aceitaram com maior frequência tais ofertas (17–22 < 60–69 = 70–79). Efeitos da escolaridade não foram observados.
Conclusão
No contexto da TDS, os idosos podem apresentar comportamentos pró-sociais com mais frequência do que os adultos mais jovens. Os resultados sugerem que o desempenho no JU é afetado pela idade, mas não pela escolaridade.
Palavras-chave
Cognição Social; Tomada de Decisões; Escolaridade; Envelhecimento