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Dengue: achados de biópsia muscular em 15 pacientes

A síndrome clínica produzida pelo vírus da dengue, inclui febre, exantema, cefaléia e especialmente mialgia. Entretanto, as possiveis alterações morfológicas do músculo esquelético, eventualmente relacionadas com a mialgia, ainda não haviam sido estudadas em seres humanos com dengue. Nosso objetivo foi estudar o substrato, anatomopatológico da mialgia nesses pacientes. Foram avaliados 15 pacientes com diagnóstico de dengue, forma clássica, com idades variando de 14 a 47 anos (mediana de 23 anos), sendo 4 do sexo masculino e 11 do sexo feminino, através de exame clínico e neurológico, exames laboratoriais e biópsia muscular com histoquímica, durante a epidemia de dengue em Alagoas, em 1987. Todos os pacientes apresentavam história de cefaléia, febre e mialgia intensa, sem fraqueza muscular. Ao exame clínico observou-se exantema em 4 pacientes, febre em 3 e discreta hepatomegalia em 3. O exame neurológico foi normal em todos e a enzima CK sérica estava pouco elevada em 3 pacientes. A biópsia muscular revelou discreto infiltrado inflamatório mononuclear perivascular em 12 pacientes, acúmulo lipídico em 11, predominância de fibras do tipo I em 6, raros focos de necrose em 3, proliferação mitocondrial em 3, centralização nuclear em 3 e "type grouping" em 2. As alterações mais frequentemente observadas na biópsia muscular, infiltrado inflamatório perivascular e acúmulo lipídico, podem estar relacionadas com a mialgia.

dengue; músculo; mialgia


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