RESUMO
Introdução:
A instabilidade postural afeta o controle postural desde os estágios iniciais da doença de Parkinson (DP). A literatura descreve benefícios do programa de fortalecimento muscular no equilíbrio, na capacidade funcional, porém poucos estudos investigaram seus efeitos no controle postural na DP.
Objetivo:
Investigar os efeitos de um programa de três meses de fortalecimento nas medidas da posturografia estática (PE) e nos testes clínicos na DP.
Métodos:
Participaram do ensaio aleatório controlado 74 pacientes, designados em um dos seguintes grupos: fortalecimento utilizando aparelhos de musculação (gmusc); fortalecimento com pesos livres e elásticos (gpeso); e grupo controle. As avaliações ocorreram antes da intervenção, 3 e 6 meses após intervenção. Foram avaliados alterações nas medidas da PE nas condições de olhos abertos, olhos fechados e dupla tarefa (desfecho primário), efeitos sobre sintomas motores, equilíbrio por meio de escalas clínicas, posturografia dinâmica e percepção da qualidade de vida (desfechos secundários).
Resultados:
Não houve interações significativas nas medidas da PE entre os grupos. As pontuações motoras da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS-III) diminuíram em ambos os grupos de fortalecimento (p<0,05). Houve melhora da percepção da qualidade de vida para o domínio mobilidade no gmusc, assim como ganhos nas pontuações dos testes funcionais no gpeso, mantido no seguimento após seis meses (p<0,05).
Conclusões:
O programa de fortalecimento não altera o controle postural medida pela PE. Apesar disso, ambos os grupos de fortalecimento apresentaram melhor desempenho motor, efeitos positivos a médio prazo no equilíbrio no gpeso e melhor desempenho na qualidade de vida no gmusc.
Palavras-chave:
Treinamento de Resistência; Doença de Parkinson; Equilíbrio Postural; Reabilitação; Qualidade de Vida