Os autores relatam o caso de uma lactente de 50 dias de vida que foi trazida ao Pronto Socorro Pediátrico do Hospital de Clínicas da UNICAMP com crises convulsivas. Ao exame apresentava-se sem sinais externos de trauma, hipoativa e com crises convulsivas generalizadas. A fundoscopia evidenciou hemorragia retiniana difusa bilateral. Foi submetida a tomografia de crânio que mostrou hemorragia inter-hemisférica e "swelling" cerebral. A criança foi internada na UTI pediátrica, mantida sob ventilação assistida e recebendo hidantal porém, apesar do tratamento, evoluiu para óbito três dias depois. Desde o início havia suspeita de maus-tratos, o que foi confirmado um dia após a internação quando o pai relatou que "chacoalhou" a criança porque ela chorava bastante. O presente estudo tem como objetivo ressaltar aspectos sociais, epidemiológicos e a dificuldade diagnostica desta síndrome que algumas vezes pode ser fatal, como neste caso.
traumatismo crânio-encefálico; síndrome do bebê chacoalhado; maus-tratos