Midazolam é benzodiazepínico hidrossolúvel que tem sido utilizado com frequência cada vez maior nos últimos anos. Apesar de existirem relatos de seu uso no status epilepticus, não há referências durante o período neonatal, o que nos levou a registrar o presente caso. Trata-se de um recém-nascido pré-termo, de 35 semanas, adequado para a idade gestacional, que desenvolveu estado de mal convulsivo nas primeiras 6 horas de vida, consequente a encefalopatia hipóxico-isquêmica por membrana hialina grau III. Após receber fenobarbital sódico e fenitoína em doses adequadas, sem sucesso, as crises foram controladas com midazolam EV, na dose de ataque de 0,2 mg/kg e de manutenção de 0,025 mg/kg/h EV, por infusão contínua, com controle eletroencefalográfico concomitante. Concluimos que o midazolam é eficaz para o tratamento de convulsões neonatais refratárias ao tratamento convencional e que é uma opção antes que drogas como o tionembutal sejam empregadas para o controle das crises. Entretanto, maior experiência clínica é desejável para que seu uso possa ser feito rotineiramente.
status epilepticus; convulsão neonatal; recém-nascido de alto risco; encefalopatia neonatal hipóxico-isquêmica