Nossas observações experimentais e histopatológicas vêm demonstrar que as alterações estruturais que se processam em segmentos de nervos após secção completa não são tardiamente, de acôrdo com a opinião geral, irreversíveis e inibitórias a uma eventual regeneração. Pelo que foi discutido e comentado, parece-nos lícito concluir que: 1 - No segmento distai de nervos completamente seccionados há mais de 6 meses e mantidos em seu leito conetivo natural, sem conexão com o segmento proximal, existem fibras e fascículos nervosos morfo-funcionalmente íntegros. 2 - A explicação dêsses achados permanece ainda no terreno das hipóteses: (a) haveria uma reorganização morfo-funcional das fibras nervosas à custa dos elementos bioquímicos constituintes das fibras "degeneradas", possivelmente sob regência conjugada das células de Schwann, meio ambiente (leito conetivo natural do nervo) e, talvez, também de órgãos terminais, receptores e efetores; ou (b) seriam anastomoses muito delicadas, ainda não descritas, ou fibras nervosas de vasos sangüíneos que repopulariam, inclusive com ramescência recorrente, o segmento distai degenerado. 3 - Os resultados práticos obtidos em pacientes, segundo informações dos respectivos cirurgiões, vêm demonstrar que muito se poderá fazer em prol da reabilitação de inválidos, através de reconstruções e recuperação funcional de nervos com lesões antigas.