Resumo
Antecedentes
Bandas oligoclonais (BOCs) e cadeias leves de imunoglobulina (free light chains, FLCs, em inglês) Kappa no líquido cefalorraquidiano (LCR) são marcadores sensíveis da síntese intratecal de imunoglobulina (Ig)G em pacientes com esclerose múltipla (EM).
Objetivo
Avaliar a taxa de concordância entre BOCs e o índice Kappa (IK) em pacientes com suspeita de EM.
Métodos
Pacientes com suspeita de EM foram encaminhados a um laboratório especializado em LCR como parte de sua investigação diagnóstica. Amostras pareadas de LCR e soro foram coletadas e investigadas quanto à presença de BOCs e submetidas à determinação do IK. Resultados positivos e negativos foram determinados com ambos os métodos, e estabeleceu-se o percentual de concordância entre eles.
Resultados
Ao todo, 171 amostras de soro e LCR de 171 pacientes foram incluídas na análise. A média de idade dos pacientes foi de 40 ± 14,2 anos; 18,9% deles eram do sexo masculino, e 81,1%, do sexo feminino. Resultados concordantes entre as BOCs e o IK foram observados em 161 (94,2%) amostras: em 74 (43,3%), ambos foram positivos, e em 87 (50,9%), ambos foram negativos. Em 10 casos, os resultados foram discrepantes: IK positivo/BOC negativo em 8, e BOC positivo/IK negativo em 2.
Conclusão
Observou-se alto nível de concordância entre o IK e as BOCs. A detecção de BOCs no LCR é atualmente o método padrão para o diagnóstico de EM, mas é demorado, e sua interpretação visual pode ser difícil. Os resultados sugerem que o IK pode ser uma alternativa para a detecção de imunoprodução intratecal em casos de suspeita de EM.
Palavras-chave
Esclerose Múltipla; Cadeias kappa de Imunoglobulina; Líquido Cefalorraquidiano; Bandas Oligoclonais; Cadeias Leves de Imunoglobulina