O uso de anticonvulsivantes no tratamento de neuralgias despertou um interesse em testar novas drogas anticonvulsivantes, e dentre essas a vigabatrina por possuir mecanismo de ação gabaérgico. Para isso, foram usados 41 ratos Wistar e em 25 deles induziu-se neuropatia ciática constritiva (modelo de Bennett & Xie). Para testar sintomas de dor, foram quantificados comportamentos espontâneos (coçar-se) e evocados, por meio de estímulos térmicos nocivos (46oC) e não-nocivos (40oC). Além disso, realizou-se estudo comparativo da vigabatrina com outros anticonvulsivantes analgésicos. Os resultados mostraram um possível efeito analgésico, dose-dependente, de vigabatrina (gama-vinil-GABA) em dor neuropática experimental. Isso foi evidenciado pela diminuição significativa (p<0,05) do comportamento de coçar-se e pelo aumento significativo (p<0,05) da latência de retirada da pata posterior direita a estímulos térmicos nocivos. Isso foi corroborado por achados semelhantes em experimentos com anticonvulsivantes (carbamazepina, fenitoína e ácido valpróico) analgésicos. Esse possível efeito analgésico da vigabatrina (ainda não descrito na literatura) não é mediado pelo sistema opióide.
vigabatrina; experimental; dor neuropática; comportamento de coçar-se; testes térmicos; ratos Wistar; analgesia