RESUMO
Antecedentes: A lesão axonial difusa ocorre em traumas com alta energia de aceleração e desaceleração, determinando desorganização da microestrutura cerebral, levando a algum déficit. A escala de Glasgow Estendida (GOS-E) é indicada na avaliação clínica das vítimas de trauma cranioencefalico. Imagens por tensor de difusão (DTI) estudam a microestrutura cerebral a partir da difusão das moléculas de água.
Objetivo: Investigar a microestrutura cerebral no primeiro ano após trauma, avaliar clinicamente os pacientes e testar para correlações entre estes resultados.
Métodos: 20 vítimas de TCE moderado e grave foram avaliados 2 meses e 1 ano depois do trauma. O processamento foi feito usando o software FMRIB (FSL) e a análise estatística foi feita com tract-based spatial statistics software para extrair os parâmetros de DTI. Calculamos a diferença da média entre as duas observações de cada sujeito e fizemos um teste-t para uma amostra e threshold-free cluster enhancement. Realizamos correções para múltiplas comparações e determinamos o valor de p < 0.05 como significativo. Um ano após o trauma, a avaliação clínica foi feita usando a GOS-E. Testamos para associações entre os resultados clínicos e os valores médios de FA dos clusters.
Resultados: Os clusters significativos foram identificados usando o atlas JHU WM. Observamos aumento de FA predominantemente no hemisfério cerebral direito e cerebelar à esquerda e também extensas áreas de aumento nos demais parâmetros de DTI. A recuperação dos pacientes foi satisfatória.
Conclusões: Não encontramos associações entre os resultados, no entanto alguma associação pequena a moderada não pode ser excluída.
Palavras-chave: Traumatismos Craniocerebrais; Lesão Axonal Difusa; Imagem de Tensor de Difusão; Escala de Resultado de Glasgow; Regeneração