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Uma enquete via internet para mapear a prática de eletromiografia no Brasil

Resumo

Antecedentes

Informações detalhadas sobre a prática de eletromiografia no Brasil são em grande parte indisponíveis.

Objetivo

Avaliar onde e como a eletromiografia é realizada no Brasil, as disparidades regionais, e as credenciais profissionais e acadêmicas dos eletromiografistas.

Métodos

Realizamos uma enquete via internet de eletromiografistas brasileiros ativos. Foram rastreados sites de operadoras de planos de saúde, academias profissionais médicas, cooperativas médicas, ferramentas de busca online e redes sociais em cada estado brasileiro. Em seguida, avaliamos as credenciais de cada eletromiografista listado no site de registro do Conselho Federal de Medicina (CFM) e seus curricula vitae online no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também avaliamos os mesmos parâmetros em um grupo controle de neurologistas não eletromiografistas pareados aleatoriamente por distribuição geográfica e gênero.

Resultados

Encontramos 469 eletromiografistas (384 neurologistas e 85 não neurologistas), com predominância do sexo masculino. Ao todo, 81,9% eram neurologistas com certificação confirmada pelo site do CFM, 49,9%, neurofisiologistas clínicos com certificação confirmada pelo site do CFM, e 10,4%, fisiatras com certificação confirmada pelo mesmo site. Entre os não neurologistas, 48,2% eram fisiatras. A maioria dos eletromiografistas atuava nos estados do Sul e do Sudeste. Quando ajustados pela população, o Distrito Federal e os estados de Mato Grosso do Sul e Goiás apresentaram a maior densidade de eletromiografistas. Os eletromiografistas não eram mais propensos a ter vínculos acadêmicos atuais/passados.

Conclusão

No Brasil, a eletromiografia é realizada predominantemente por neurologistas, e metade deles são neurofisiologistas clínicos com certificação confirmada pelo site do CFM. Este estudo destacou as disparidades regionais, e pode orientar ações governamentais para, por exemplo, melhorar o diagnóstico da hanseníase e o manejo das doenças neuromusculares no território brasileiro.

Palavras-chave
Brasil; Neurofisiologia; Eletromiografia; Neurologia

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