RESUMO
Os novos casos epidêmicos de infecção pelo vírus Zika suscitam grande preocupação, sobretudo com o crescente reconhecimento da ligação entre casos emergentes de microcefalia e esta doença infecciosa. Além da cabeça de pequenas dimensões, existem profundas alterações morfológicas no encéfalo fetal. Anomalias mais típicas incluem malformações do desenvolvimento cortical e uma distribuição peculiar de calcificações patológicas. Estes dados potencialmente indicam um novo padrão de infecção congênita do sistema nervoso central.
Métodos:
Oito mulheres foram submetidas a RM fetal. Quatro crianças também realizaram TC pós-natal. Cinco mulheres foram submetidas a amniocentese.
Resultados:
Todos os neonatos nasceram com microcefalia. Na RM fetal, ventriculomegalia, acentuada redução da espessura da substância branca, acentuada simplificação da fissura sylviana, sulcação anormal e redução volumétrica difusa dos hemisférios cerebelares foram constantes. Na TC pós-natal, calcificações difusas subcorticais e nos núcleos da base foram observadas. O vírus Zika foi detectado por PCR em duas amniocenteses.
Conclusão:
Esperamos dar suporte à comunidade médica em reconhecer este padrão de imagem potencialmente específico.
Palavras-chave:
Zika vírus; microcefalia; tomografia computadorizada por raios X; imagem por ressonância magnética