RESUMO
Objetivo:
Apesar do crescente conhecimento em reconstrução óssea por meio de microcirurgia, o retalho livre de fíbula vascularizada ainda permanece como uma das reconstruções mais difíceis de ser executada, e suas complicações ainda são um desafio. A incidência da obesidade tem aumentado e está associada a taxas mais altas de complicações de retalhos livres, o que pode levar a resultados desastrosos. Uma vez que não há consenso na literatura a respeito da influência da obesidade nos desfechos dos retalhos livre em cirurgias ortopédicas que requeiram reconstrução de segmento ósseo, o objetivo deste estudo foi avaliar se a obesidade aumenta o risco de complicações pós-operatórias (Clavien-Dindo grau III) após a cirurgia de retalho livre de fíbula vascularizada.
Métodos:
Foi realizado um estudo de coorte transversal, com a inclusão de todos os pacientes submetidos à reconstrução de membros com retalho livre de fíbula vascularizada, entre julho de 2014 e julho de 2018. Os pacientes foram separados em dois grupos, com base no índice de massa corporal: não obesos e obesos (no índice de massa corporal ≥ 30 kg/m2).
Resultados:
Foram analisados 23 retalhos livres de fíbula vascularizada. As indicações foram trauma em 13 casos, tumor em sete e pseudoartrose congênita da tíbia em três. Pacientes obesos foram associados a aumento nas complicações cirúrgicas (p = 0,038). No final do acompanhamento, a consolidação óssea foi obtida em 17 pacientes (74%).
Conclusão:
A obesidade é um fator de risco para complicações no retalho livre de fíbula vascularizada. Nível de evidência IV, artigo original.
Descritores:
Microcirurgia; Retalhos de tecido biológico; Transplante de tecidos; Fatores de risco; Fíbula