RESUMO
Objetivo:
Avaliar se índice de massa corporal (IMC) 30 pode ser utilizado como ponto de corte nas decisões sobre realizar ou não a tenodese da cabeça longa do bíceps (CLB), levando a um baixo índice de queixa estética, e comparar duas técnicas de tenodese.
Métodos:
Foram submetidos à cirurgia artroscópica no ombro 96 pacientes, sendo a tenotomia realizada de forma isolada nos pacientes com IMC ≥ 30 e seguida de tenodese quando IMC < 30. Os pacientes foram avaliados por sua percepção pessoal da deformidade e por três observadores independentes.
Resultados:
A percepção da deformidade estética no braço pelo paciente foi de 15,6%. No grupo tenotomia (12,5%) e no grupo tenodese (17,9%) - (p=0,476). Pacientes com tenodese rocambole perceberam a deformidade em 13,2% dos casos, enquanto os pacientes com tenodese em âncora a notaram em 27,8% das vezes (p=0,263). Não houve diferença estatística para a percepção da deformidade entre os examinadores independentes.
Conclusão:
IMC 30 pode ser usado como ponto de corte nas decisões sobre realizar ou não a tenodese da CLB, levando a baixos índices de queixa estética por parte dos pacientes (12,5%). A técnica de tenodese tipo rocambole parece ter mais capacidade de evitar a deformidade estética do braço após a tenotomia da CLB, conforme a observação dos pacientes (13,2%). Nível de evidência II, estudo prospectivo comparativo.
Descritores:
Ombro/cirurgia; Artroscopia; Tenotomia; Obesidade