Neste trabalho, 22 pacientes com fraturas ipslaterais do fêmur e da tíbia ("joelho flutuante") tratados cirurgicamente foram convocados para reavaliação. Com seguimento mínimo de 4 meses, 17 pacientes compareceram e foram reavaliados através de exame físico, radiológico, escala de Lysholm e o escore de Kärlstron. As fraturas foram classificadas quanto ao grau de exposição (Gustillo e Andersen), cominuição (AO) e o "joelho-flutuante" (Fraser). Doze pacientes (70,6%) apresentaram alterações objetivas no exame físico do joelho. A instabilidade articular foi a alteração mais encontrada, presente em oito casos (47%), seguida da restrição de movimento em sete pacientes (41,2%). A instabilidade anterior foi diagnosticada em cinco casos (29,4%), sendo três associados à instabilidade em varo. A instabilidade posterior estava presente em dois pacientes (11,8%), ambos associados com instabilidade em varo. Um paciente apresentou instabilidade periférica em varo e valgo, associada à restrição importante da flexão do joelho. As presença de fraturas intra-articulares, fraturas expostas do fêmur cursaram com maior incidência de restrição do arco de movimento. Nesta casuística os resultados obtidos reforçam a necessidade da avaliação sistemática da estabilidade articular do joelho, visto que o quadro de "joelho flutuante" está freqüentemente associado à lesão cápsulo-ligamentar desta articulação.
Traumatologia; Joelho; Articulação do joelho; Instabilidade articular