RESUMO
Objetivo
Avaliar radiograficamente a qualidade da redução ao longo de 6 semanas de acompanhamento em pacientes com fratura desviada do acetábulo tratados cirurgicamente e submetidos à reabilitação com carga imediata conforme tolerado e comparar com os resultados do protocolo sem carga.
Métodos
Avaliamos retrospectivamente os prontuários de 137 pacientes com fraturas desviadas do acetábulo que foram tratadas com redução aberta e fixação interna. Sessenta e seis (48,2%) pacientes foram submetidos à reabilitação pós-operatória com carga imediata conforme tolerado, enquanto 71 (51,8%) pacientes completaram a reabilitação utilizando um protocolo sem carga. A qualidade da redução foi avaliada radiograficamente pela medição do degrau da fratura e do gap nas radiografias feitas imediatamente após a cirurgia e três e seis semanas após a cirurgia.
Resultados
Comparando o degrau articular, o grupo 1 teve uma média de 0,44 ± 1,4 mm, 0,47 ± 1,5 mm e 0,51 ± 1,6 mm imediatamente, três e seis semanas após a cirurgia, respectivamente. O grupo 2 teve um degrau médio de 0,24 ± 0,8 mm, 0,27 ± 0,9 mm e 0,37 ± 1,2 mm imediatamente, três e seis semanas após a cirurgia. Não foram observadas diferenças estatísticas significantes entre os grupos. Com gap articular, o grupo 1 teve uma média de 1,89 ± 1,7 mm, 2,12 ± 1,8 mm e 2,36 ± 2,1 mm; e o grupo 2 de 2,16 ± 2,4 mm, 2,47 ± 2,6 mm e 2,67 ± 2,8 mm nos pós-operatório imediato, três e seis semanas, respectivamente. Também não houve diferença estatística entre os grupos nessas medidas.
Conclusão
A carga imediata após o tratamento cirúrgico da fratura do acetábulo desviada não teve impacto negativo nos parâmetros de redução radiográfica e teve resultados semelhantes em comparação com o protocolo sem descarga de peso. Nível De Evidência III; Estudo Terapêutico de Coorte Retrospectivo.
Descritores
Fraturas Ósseas; Acetábulo; Suporte de Carga; Reabilitação; Fixação Interna de Fraturas