RESUMO
O trauma complexo do pé e tornozelo, caracterizado por fraturas com dano grave aos tecidos moles, associado a lesões vasculares e nervosas e com acometimento articular, está presente com frequência no paciente politraumatizado e é preditor de desfecho clínico desfavorável. Na abordagem inicial de um paciente com trauma complexo do pé e tornozelo, a decisão entre amputação ou preservação do membro é crucial. Os diversos sistemas de classificação existentes são de eficácia limitada e devem servir como ferramentas que auxiliam e fortalecem uma decisão clínica, e não como determinantes de uma conduta. No atendimento de emergência, uma das duas opções de tratamento deve ser adotada: tratamento total precoce ou tratamento estagiado. O primeiro consiste na fixação definitiva e na cobertura cutânea imediata, seja por sutura primária ou por meio de retalhos, sendo geralmente reservado a casos menos complexos. O tratamento estagiado é dividido em inicial e definitivo, e o objetivo, na primeira fase, é a prevenção da progressão da isquemia, da necrose e da infecção. Os princípios do tratamento definitivo são: reconstrução óssea de proximal para distal, alinhamento anatômico do pé, fusões nas lesões graves da cartilagem ou nas instabilidades grosseiras, fixação interna estável e cobertura cutânea adequada. Nível de evidência III, Revisão sistemática de estudos de nível III.
Descritores:
Tornozelo; Pé; Trauma; Fratura Óssea