RESUMO
Objetivo:
Avaliar o impacto socioeconômico de acidentes motociclísticos de uma metrópole com mais de um milhão de habitantes atendidos, no ano de 2017, em um hospital universitário. Estudar custo e tempo de internação hospitalar das vítimas, avaliar sequelas definitivas e incapacitantes e analisar a inserção no mercado de trabalho seis meses depois do acidente.
Métodos:
Estudo retrospectivo de 62 pacientes vítimas de acidentes motociclísticos, atendidos na urgência e emergência, levados para procedimento cirúrgico de um hospital universitário. Coleta de dados através do levantamento de prontuários e contato telefônico seis meses após o trauma.
Resultados:
Lesões relacionadas às vítimas implicaram elevados custos hospitalares. Prejuízo médio por paciente foi de R$ 17.555. Dos que responderam ao questionário do impacto funcional, 64% ficaram afastados da atividade laboral pelo INSS e 84% apresentaram incapacidades físicas parciais ou permanentes após o acidente. Apenas 9 (36%) receberam algum tipo de benefício financeiro do governo.
Conclusão:
Elevados custos estão diretamente relacionados ao tempo de internação e necessidades cirúrgicas. A maioria das vítimas necessitou de auxílio financeiro e teve sua vida social prejudicada. Investimentos em conscientização dos motociclistas, para que conduzissem respeitando as leis de trânsito e utilizando equipamentos de segurança, e na infraestrutura das rodovias são necessários. Nível de evidência II, Estudo prognóstico.
Descritores:
Acidentes de Trânsito; Fatores Socioeconômicos; Ferimentos e lesões