RESUMO
Objetivo:
Avaliar, de forma quantitativa, o movimento escapular dos pacientes submetidos à cirurgia de Latarjet e identificar se apresentam discinesia escapular (DE). Além disso, correlacionar com a clínica e com o grau de elevação do ombro.
Método:
Estudo transversal realizado no Laboratório de Análise do Movimento (LAM), no Instituto de Ciências da Atividade Física e Esporte que avaliou de forma quantitativa, utilizando marcadores retro-refletivos esféricos, os movimentos escapulares do grupo controle (10 voluntários) e 22 pacientes (23 ombros operados), submetidos à cirurgia de Latarjet, entre os anos de 2011 e 2016, com pelo menos um ano de pós-operatório. Foram utilizados os resultados do grupo controle como parâmetro de normalidade e posteriormente comparados aos do grupo de pacientes operados. Avaliadas a inclinação posterior, rotação superior e rotação medial das escápulas nos ângulos de 60°, 90° e 120° de elevação, tanto na fase ascendente quanto na descendente. A análise estatística utilizada foi a multivariada da variância (MANOVA) comparando os lados direito e esquerdo do grupo controle e posteriormente o grupo controle com o grupo pós-operatório (p = 0,05 em todos os testes).
Resultados:
Ao compararmos a média dos resultados da avaliação quantitativa do grupo controle com o grupo dos operados, não foram evidenciadas diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos, assim como os lados dominante e o não dominante do grupo controle.
Conclusão:
A cirurgia de Latarjet não causa DE, apesar de haver alterações em algum plano dos movimentos escapulares na fase ascendente e/ou descendente. Nível de Evidência III, Estudo Retrospectivo Comparativo.
Descritores:
Discinesias; Instabilidade Articular; Escápula