RESUMO
Introdução:
As fraturas do fêmur proximal têm alta taxa de mortalidade entre os idosos, especialmente entre os considerados superidosos (> 80 anos).
Objetivo:
Analisar fatores preditivos para mortalidade hospitalar ou tardia de pacientes com idade superior a 90 anos que apresentaram fratura do fêmur proximal e foram submetidos ao tratamento cirúrgico.
Métodos:
O estudo incluiu dados de 230 pacientes com idade superior a 90 anos que apresentaram diagnóstico de fratura do fêmur proximal e foram submetidos ao tratamento cirúrgico entre janeiro e dezembro de 2017. A avaliação estatística foi realizada pela análise multivariada por meio da regressão logística. As associações foram estimadas pelo valor de odds ratio (OD) e intervalo de confiança (95%). A significância estatística foi determinada com p < 0,05.
Resultados:
O óbito tardio ocorreu em 51,3% (118 pacientes) da amostra e o hospitalar em 3,5% (8 pacientes). A maioria dos pacientes foram do sexo feminino (83,5%) e a fratura mais comum foi a transtrocanteriana (57,0%). Houve associação do óbito tardio com a duração do procedimento cirúrgico (p < 0,05), e do óbito hospitalar com a presença de cardiopatias (p < 0,05) ou endocrinopatias (p < 0,05).
Conclusão:
A maioria dos pacientes com idade superior a 90 anos com fratura do fêmur proximal submetida ao tratamento cirúrgico evoluiu para óbito em menos de um ano. O óbito tardio foi associado à duração do procedimento cirúrgico e o óbito hospitalar à presença de endocrinopatias ou cardiopatias prévias, sendo o sexo feminino fator de proteção para tal desfecho. Nível de Evidência III, Estudo Caso-Controle Retrospectivo.
Descritores:
Fraturas do quadril; Mortalidade; Idoso