Resumo
Objetivo
Descrever e analisar as percepções de pessoas que vivenciam a coinfecção tuberculose/ vírus da imunodeficiência humana, quanto à qualidade de vida e ao cuidado em saúde.
Métodos
Estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com dez pessoas que vivenciavam a coinfecção e que recebiam atendimento em um centro de referência do município de São Paulo. Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário semiestruturado, composto por questões fechadas e questões norteadoras. A análise dos depoimentos baseou-se na teoria da determinação social do processo saúde-doença.
Resultados
Os participantes apontaram que as condições precárias de vida interferiam na qualidade de vida e referiram satisfação em relação ao cuidado ofertado e com a rede de atenção à saúde. Vivenciar a coinfecção tuberculose/vírus da imunodeficiência humana acarretou sofrimento, isolamento social e estigma, o que pode contribuir para ideação suicida e diminuição da qualidade de vida. Na percepção dos participantes, os profissionais de saúde contribuem para a manutenção da qualidade de vida, por meio do estabelecimento de vínculo e atenção humanizada.
Conclusão
Intervenções voltadas à redução das desigualdades sociais, que apoiem a diminuição de estigma e do preconceito e que incrementem a interação humanizada nos serviços de saúde, de forma a atender às necessidades de saúde dos usuários podem repercutir positivamente na percepção sobre a qualidade de vida e o cuidado em saúde daqueles que vivenciam a coinfecção tuberculose/vírus da imunodeficiência humana.
Coinfecção; Qualidade de vida; HIV; Tuberculose