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Desenvolvimento de checklist para assistência perioperatória neonatal em cirurgia cardíaca

Elaboración de checklist para la atención perioperatoria neonatal en cirugías cardíacas

Resumo

Objetivo

Construir e validar conteúdo de checklist para assistência de enfermagem perioperatória neonatal em cirurgia cardíaca.

Métodos

Pesquisa metodológica, desenvolvida no período de outubro de 2020 a setembro de 2021, em duas etapas sequenciais: construção dos itens do checklist a partir de revisão integrativa da literatura e validação de conteúdo por sete especialistas em neonatologia, selecionados a partir de busca curricular. Para análise, utilizou-se o índice de validade de conteúdo, considerando valores ≥ 0,8.

Resultados

Construiu-se um checklist com 57 itens estruturado para intervenções no pré, intra e pós-operatório de cirurgia cardíaca, com ações assistenciais designadas de acordo com a competência legal das categorias dos profissionais de enfermagem (técnico e enfermeiro). No processo de validação, 24 itens foram modificados e quatro excluídos. O nível de concordância mínimo entre os especialistas para os itens foi de 0,86, exceto para um item (0,75).

Conclusão

O checklist alcançou validade de conteúdo com padrão satisfatório para utilização no perioperatório de cirurgia cardíaca.

Lista de checagem; Enfermagem neonatal; Cardiopatias congênitas; Unidades de terapia intensiva neonatal; Cuidados de enfermagem; Cirurgia torácica; Assistência perioperatória

Resumen

Objetivo

Elaborar y validar el contenido de una checklist para la atención de enfermería perioperatoria neonatal en cirugías cardíacas.

Métodos

Estudio metodológico, llevado a cabo durante el período de octubre de 2020 a septiembre de 2021, en dos etapas secuenciales: elaboración de los ítems de la checklist a partir de una revisión integradora de la literatura y validación del contenido por siete especialistas en neonatología, seleccionados mediante una búsqueda curricular. Para el análisis, se utilizó el índice de validez de contenido, considerando valores ≥ 0,8.

Resultados

Se elaboró una checklist con 57 ítems, estructurada para realizar intervenciones en el pre, intra y posoperatorio de cirugías cardíacas, con acciones asistenciales designadas de acuerdo con la competencia legal de las categorías de los profesionales de enfermería (técnico y enfermero). En el proceso de validación, se modificaron 24 ítems y se eliminaron cuatro. El nivel de concordancia mínimo entre los especialistas en los ítems fue de 0,86, con excepción de un ítem (0,75).

Conclusión

La checklist obtuvo validad de contenido satisfactoria para la utilización en el perioperatorio de cirugías cardíacas.

Lista de verificación; Enfermería neonatal; Cardiopatías congénitas; Unidades de cuidado intensivo neonatal; Cuidados de enfermeira; Atención perioperativa

Abstract

Objective

To build and validate checklist content for neonatal perioperative nursing care in cardiac surgery.

Methods

This is methodological research, developed from October 2020 to September 2021, in two sequential stages: checklist item construction based on an integrative literature review and content validity by seven experts in neonatology, selected from a search in resumes. For analysis, the Content Validity Index was used, considering values ≥ 0.8.

Results

A checklist was created with 57 structured items for pre-, intra- and postoperative interventions in cardiac surgery, with care actions designated according to the legal competence of nursing professional (technician and nurse) categories. In the validity process, 24 items were modified and four were excluded. The minimum level of agreement among experts for the items was 0.86, except for one item (0.75).

Conclusion

The checklist achieved content validity with a satisfactory standard for use in the perioperative period of cardiac surgery.

Checklist; Neonatal nursing; Heart defects, congenital; Intensive care units, neonatal; Nursing care; Thoracic surgery; Perioperative care

Introdução

As cardiopatias congênitas são malformações observadas ao nascimento, decorrentes de uma interação multifatorial associada a fatores genéticos e ambientais, que se subdividem em dois grupos: cianóticas e acianóticas.(11. Garcia X, Sachdeva R, Swearingen CJ, Kane J, Haber H, Bhutta AT, et al. A novel paradigm for providing improved care to chronic patients in cardiac intensive care unit. Congenit Heart Dis. 2012;7(5):403-9.) Apesar de divergente variação nos estudos populacionais, sua prevalência é semelhante no mundo, acometendo aproximadamente 1% dos nascidos vivos, sendo a principal causa de mortalidade desde o nascimento.(22. Zanini M. Evolução do tratamento e o impacto dos fatores preditores pré-cirúrgicos nos desfechos de pacientes com doença cardíaca congênita. Arq Bras Cardiol. 2022;118(2):420-1.)No Brasil, estudo populacional com 10.594 casos encontrou prevalência de 12.4/10,000 dos nascidos vivos.(33. Fernandes PS, Magalhães LR, Pezzini TR, de Sousa Santos EF, Calderon MG. Congenital heart diseases trends in São Paulo State, Brazil: a national live birth data bank analysis. World J Pediatr. 2022;18(7):472-81.)

Grande parte dos casos podem necessitar de hospitalização e internação em Unidades de Terapia Intensiva. Estudo realizado, no Amazonas, com recém-nascidos e adolescentes, mostrou que em 70,5% dos casos houve necessidade de transferência para a UTI.(44. Cappellesso VR, Pinto de Aguiar A. Cardiopatias congênitas em crianças e adolescentes: caracterização clínico-epidemiológica em um hospital infantil de Manaus-AM. Mundo Saude. 2017;41(2):144-53.) As internações são necessárias não somente pela patologia em si, mas pelas complicações associadas, como comprometimento do sistema respiratório e prematuridade. Portadores de cardiopatia congênita apresentam incidência de 18,1% de prematuridade, enquanto os não portadores 8,4%.(55. Steurer MA, Baer RJ, Keller RL, Oltman S, Chambers CD, Norton ME, et al. Gestational age and outcomes in critical congenital heart disease. Pediatrics. 2017;140(4):e20170999.) Neste cenário, as Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) realizam atendimento especializado a neonatos de alto risco, com idade entre 0 e 28 dias.

Diante do diagnóstico de cardiopatia congênita, a assistência de enfermagem deve ser precoce, segura, visando a manutenção da estabilidade e compensação hemodinâmica do paciente.(66. Marino BS, Lipkin PH, Newburger JW, Peacock G, Gerdes M, Gaynor JW, Mussatto KA, Uzark K, Goldberg CS, Johnson WH Jr, Li J, Smith SE, Bellinger DC, Mahle WT; American Heart Association Congenital Heart Defects Committee, Council on Cardiovascular Disease in the Young, Council on Cardiovascular Nursing, and Stroke Council. Neurodevelopmental outcomes in children with congenital heart disease: evaluation and management: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2012;126(9):1143-72.) O cuidado dispensado tem, em média, 17,5 horas de assistência direta a cada paciente nas 24 horas, calculado pelo Nursing Activities Score, sendo que quanto menor a idade gestacional e o peso, maior a carga de trabalho para a equipe de enfermagem, dada a necessidade de atenção a este paciente.(77. Franco AP, Hamasaki BP, de Puiz LR, Dorigan GH, Dini AP, Carmona EV. Carga de trabalho da equipe de enfermagem neonatal e sua relação com características da clientela. Rev Enferm UERJ. 2021;29:e59486.)

Além disso, aproximadamente 25% dos pacientes com cardiopatia congênita necessitarão de intervenção cirúrgica no primeiro ano de vida.(88. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Data and statistics on congenital heart defects. Atlanta: CDC; 2023 [cited 2023 May 10]. Available from: https://www.cdc.gov/ncbddd/heartdefects/data.html
https://www.cdc.gov/ncbddd/heartdefects/...
) No pós-operatório, o cuidado é determinante para o prognóstico, necessitando de monitorização cautelosa e rigorosa, pelo fato de uma grande quantidade de cirurgias cardíacas exigir circulação extracorpórea, que desencadeia alterações fisiológicas, elevando o risco de complicações.(99. de Melo HC, de Araújo SE, Veríssimo AV, dos Santos VE, Alves ER, do Souza MH. O ser-enfermeiro em face do cuidado à criança no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. Esc Anna Nery. 2012;16(3):473-9.) Adicionalmente, para a recuperação após a intervenção cirúrgica, há que se considerar o risco elevado que os neonatos possuem para eventos adversos, tendo como principais causas o manejo inadequado de medicamentos, as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), os procedimentos invasivos, dentre outros.(1010. Saraiva CO, Andrade FB, Chiavone FB, Barbosa ML, Medeiros SG, Souza NL, et al. Neonatal patient safety assessment: construction and validation of a protocol and a checklist. Acta Paul Enferm. 2022;35:eAPE0085345.)

No entanto, verifica-se divergência entre os serviços em relação aos cuidados cardíacos neonatais, sugerindo a necessidade de estabelecer padrões, com processos de melhoria contínua.(1111. Levy VY, Bhombal S, Villafane J, McBride ME, Chung S, Figueroa M, Hopper A, Johnson JN, Costello JM; Neonatal Cardiac Care Collaborative (NeoC3). Status of Multidisciplinary Collaboration in Neonatal Cardiac Care in the United States. Pediatr Cardiol. 2021;42(5):1088-101.) O desenvolvimento e implementação de instrumentos que norteiam processos, como protocolos e checklist, têm sido recorrentes com o intuito de oferecer cuidados mais seguros e reduzir danos aos pacientes, por serem fundamentados em evidências científicas válidas.(1212. Mourão Netto JJ. Dias MS, Goyanna NF. Uso de instrumentos enquanto tecnologia para a saúde. Saúde Redes. 2016;2(1):65-72.)

Assim, considerando a escassez de estudos sobre a abordagem ao recém-nascido que passa por cirurgia cardíaca, com ênfase na atuação da equipe de enfermagem em terapia intensiva neonatal, acredita-se que, implementar um checklist que evidencia a assistência prestada, os equipamentos e materiais utilizados, além da função de cada profissional de enfermagem, pode impactar significantemente na segurança do cuidado, evitando eventos adversos. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi desenvolver um checklist para assistência de enfermagem neonatal perioperatória cardíaca em unidade de terapia intensiva.

Métodos

Trata-se de um estudo metodológico, realizado segundo referencial da psicometria de Pasquali(1313. Pasquali L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Artmed; 2010.) no período de outubro de 2020 a setembro de 2021, em hospital público do interior paulista. Foi desenvolvido em duas etapas: construção dos itens do checklist e validação de conteúdo pelos especialistas.

Etapa 1 - Construção dos itens do checklist

Esta etapa teve início com a revisão integrativa da literatura, elaborada segundo as recomendações do guia internacional Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses for Scoping Reviews (PRISMA-ScR).(1414. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O'Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): checklist and explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467-73.) As bases de dados utilizadas foram LILACS, BDENF, PubMed e Cinahl, com os descritores: Enfermagem neonatal, Cardiopatias congênitas, Unidades de terapia intensiva neonatal, Cuidados de enfermagem, Cirurgia torácica. Estes descritores combinados resultaram nas estratégias: (Enfermagem neonatal (OR) Unidades de terapia intensiva neonatal (OR) Cuidados de enfermagem (AND) Cardiopatias congênitas OR Cirurgia torácica), (Neonatal Nursing (OR) Intensive Care Units, Neonatal (OR) Nursing Care (AND) Heart Defects, Congenital (OR) Thoracic Surgery) e (Enfermería Neonatal (OR) Unidades de Cuidado Intensivo Neonatal (OR) Atención de Enfermería (AND) Cardiopatías Congénitas (OR) Cirugía Torácica).

Foram considerados elegíveis artigos publicados entre os anos 1999 e 2019, em português, inglês e espanhol, que respondessem à seguinte questão norteadora: quais são os cuidados de enfermagem fundamentais na assistência perioperatória ao paciente cardiopata em unidade de terapia intensiva? Foram excluídos artigos não disponíveis para leitura na íntegra.

Foram encontrados inicialmente 417 artigos. Após exclusão das duplicidades, 63 estudos foram selecionados para leitura de título e resumo, sendo 49 artigos no LILACS, dois no BDENF, três no PubMed e nove no Cinahl. Destes, 37 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão e 26 estudos foram selecionados para leitura na íntegra. Após a exclusão de três por não atenderem à questão norteadora, 23 artigos foram selecionados para a construção do checklist (Quadro 1). A seguir, outras fontes foram consultadas, como livros e publicações do acervo de órgãos governamentais e não-governamentais, como portarias do Ministério da Saúde, SOBEP (Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras) e Conselho Federal de Enfermagem, para consulta sobre o funcionamento de unidades de terapia neonatal, cuidado neonatal e exercício legal das profissões de enfermagem.

Quadro 1
Artigos selecionados para a construção do checklist

Os estudos elegíveis para leitura na íntegra foram identificados por um revisor independente, seguindo os critérios de elegibilidade propostos. A resolução dos conflitos contou com um segundo revisor. O mesmo processo ocorreu para a extração de informações relevantes dos artigos selecionados na amostra final. O formulário da extração dos dados contemplou as características do estudo, visando os cuidados relevantes para a segurança do paciente no transoperatório.

Posteriormente à seleção dos resumos, deu-se a leitura completa dos artigos selecionados. Com a extração dos dados dos cuidados, foi realizada a elaboração dos itens com base na literatura e ações preconizadas para assistência neonatal, considerando o período perioperatório (pré, intra e pós), com disposição das ações assistenciais de acordo com a categoria do profissional de enfermagem (se técnico ou enfermeiro), segundo as competências legais estabelecidas para atuação em UTIN. A organização dos itens teve como referencial teórico o conceito de gestão do cuidado de enfermagem,(3838. Mororó DD, Enders BC, Lira AL, Silva CM, Menezes RM. Concept analysis of nursing care management in the hospital context. Acta Paul Enferm. 2017;30(3):323-32. Review.) que consiste na articulação entre as dimensões gerencial e assistencial no processo de trabalho.

Etapa 2 - Validação de conteúdo dos itens do checklist

Foram convidados a compor o grupo de juízes especialistas em neonatologia e/ou pesquisadores com experiência na construção de instrumentos na área da saúde, selecionados através de busca curricular na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que possuíam pontuação mínima de cinco pontos nos critérios adaptados de Fehring,(3939. Melo R, Moreira R, Fontenele F, Aguiar A, Joventino E, Carvalho E. Critérios de seleção de experts para estudos de validação de fenômenos de enfermagem. Rev Rene. 2011;12(2):424-21.) a saber: mestrado na área de enfermagem ou medicina; mestrado em neonatologia; prática clínica recente de, no mínimo, um ano na área de neonatologia; doutorado em enfermagem ou medicina com a tese na área; pesquisas publicadas na área; especialização ou estar cursando em neonatologia.

O convite inicial foi formal, por meio de carta-convite enviada por e-mail ou mensagem de texto no celular apresentando os objetivos. Inicialmente, 14 juízes aceitaram participar e encaminhou-se um e-mail com as instruções para o processo de validação. O instrumento de coleta de dados foi constituído de duas partes, sendo: 1) caracterização dos juízes assegurando a anonimato da participação; 2) análise de conteúdo de cada item do instrumento a partir dos critérios: clareza, relevância, pertinência e abrangência, por uma escala tipo Likert, com pontuação de 1 a 4.(4040. Alexandre NM, Coluci MZ. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Cien Saude Colet. 2011;16(7):3061-8.) A clareza avalia a redação, se o conceito pode ser bem compreendido e expressa adequadamente o que se espera medir. A pertinência objetiva avaliar se há relação com os conceitos envolvidos e se é relevante para atingir os objetivos propostos.(4141. Grant JS, Davis LL. Selection and use of content experts for instrument development. Res Nurs Health. 1997;20(3):269-74.) A relevância indica quanto o item representa o conteúdo que está sendo medido e a abrangência mostra se o instrumento engloba todos os itens relacionados ao que deseja mensurar.(4242. DeVellis RF. Scale development: theory and applications. 4th ed. SAGE Publications Inc; 2017.) Para avaliação dos itens consideraram-se as opções: 1 = não claro/não pertinente; 2 = pouco claro/pouco pertinente; 3 = bastante claro/bastante pertinente; 4 = muito claro/muito pertinente, com espaços abertos para sugestões e comentários.

Os dados foram, inicialmente, analisados por meio da estatística descritiva (frequências absolutas e relativas, mínimo, máximo, média, mediana e desvio padrão). Para a validação de conteúdo e aparência do checklist verificaram-se as pontuações atribuídas a cada item das avaliações dos juízes. A análise dos dados foi realizada pelo cálculo do índice de validade de conteúdo (IVC), pelo cálculo de soma da concordância dos itens que tiveram respostas com notas 3 e 4, dividido pelo número dos especialistas. Para que cada item avaliado fosse considerado adequado, foi aceito um valor mínimo de 0,80.(4343. Yusoff MS. ABC of Content Validation and Content Validity Index Calculation. Educ Med J. 2019;11(2):49-54.) Os itens que receberam pontuação “1” ou “2” foram revisados ou eliminados, considerando as sugestões dos juízes para alterações.

Para a avaliação do instrumento, foi realizado o IVC global, por meio da média dos valores dos critérios avaliados, calculados separadamente, através da soma dos valores do IVC de cada item e dividindo-se pelo número de itens considerados, dentro de cada critério.(4444. Polit DF, Beck CT. The content validity index: are you sure you know what's being reported? Critique and recommendations. Res Nurs Health. 2006;29(5):489-97.)

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o Parecer nº: 4.783.087 e o TCLE foi assinado digitalmente por todos os participantes (Certificado de Apresentação de Apreciação Ética: 33587320.7.0000.5411).

Resultados

Na etapa 1, os resultados provenientes da revisão de literatura foram categorizados em duas dimensões: gestão (ações relacionadas à organização do serviço para a assistência ao paciente, desempenhada pelo enfermeiro) e assistência (ações de cuidado aos pacientes realizadas diretamente pela equipe de enfermagem, técnicos e enfermeiros, a depender da complexidade do cuidado).

O checklist foi estruturado com 57 itens, em três partes: pré, intra e pós-operatório e com ações assistenciais designadas de acordo com a categoria do profissional de enfermagem (enfermeiro ou técnico), para melhor compreensão e aplicabilidade pelo público-alvo. A fase pré-operatória aborda as ações de acolhimento e informações aos familiares/ cuidadores sobre a necessidade da realização do procedimento e a preparação do paciente para encaminhamento ao centro cirúrgico (CC). É composta por 23 itens, sendo 14 itens inerentes às ações do enfermeiro e nove itens aos técnicos de enfermagem.

A fase intraoperatória compreende as ações da equipe de enfermagem da UTIN enquanto o paciente permanece no CC, sob responsabilidade da equipe cirúrgica. Nessa fase foram construídos 11 itens, oito itens referentes às funções desempenhadas pelos enfermeiros e três itens referente aos técnicos de enfermagem, que abarcam a montagem do leito e checagem de equipamentos que o recém-nascido precisará após o término do procedimento cirúrgico e no retorno à UTIN.

Para o pós-operatório foram elaborados 23 itens, sendo 16 referentes às ações dos enfermeiros e sete itens às ações dos técnicos de enfermagem, com detalhamento dos procedimentos necessários para o recebimento do recém-nascido na UTIN.

Dos 14 juízes convidados para participar da validação de conteúdo e de face do checklist apenas sete aceitaram o convite e responderam ao instrumento de avaliação. Destes, a maioria era enfermeiro (71,4%), com média de 10,8 anos de atuação clínica e titulação de especialista e mestre (85,7%). Dos 57 itens, apenas o item nove da fase pré-operatória, que abordava sobre a funcionalidade da incubadora de transporte, apresentou IVC < 0,8 (0,75) nos critérios de pertinência e abrangência, e foi modificado. Entre os demais itens, o nível de concordância mínimo foi de 0,86 entre os juízes, tendo o checklist um IVC global de 0,98. A tabela 1 traz o IVC de cada fase e o quantitativo de itens construídos, modificados e excluídos.

Tabela 1
Índice de validade de conteúdo, de acordo com os critérios avaliados dos itens do checklist pelos juízes

Ao fim da validação, 24 itens foram modificados e quatro excluídos, totalizando 53 itens de checklist. Dos itens excluídos, dois da fase intraoperatória abordavam ações pertinentes à equipe de enfermagem do CC e dois da fase pós-operatória abordavam o uso da incubadora de transporte e foram excluídos devido a sua não utilização. Ao analisar a validade de conteúdo, os resultados mostraram-se válidos, tendo um IVC global de 0,98. Todas as sugestões feitas pelo comitê de juízes resultaram em alterações dos itens, mesmo se validados, totalizando em 42,1% de modificações. Todas as modificações realizadas estão listadas no quadro 2.

Quadro 2
Síntese dos itens do checklist, com destaque das modificações realizadas, de acordo com as sugestões realizadas pelos especialistas

Na fase pré-operatória, destaca-se a sugestão feita sobre o controle rigoroso de hemoglicoteste (HGT) na identificação à hipo/hiperglicemia, ao invés dos sinais clínicos. Outras sugestões abordaram questões estruturais/organizacionais como a utilização do berço aquecido em voltagem adequada, invés de incubadora de transporte e disponibilidade de duas réguas de leito para o paciente, a fim de comportar todos os equipamentos necessários. No intraoperatório, os itens alterados se relacionavam com a disponibilidade e quantidade de equipamentos pertinentes ao planejamento do pós-operatório. A figura 1 traz a versão final do checklist.

Figura 1
Versão final do checklist

Discussão

O checklist proposto mostrou-se válido, por meio da validade de conteúdo, para a assistência perioperatória neonatal. Sua construção englobou as três fases perioperatórias. Destaca-se que, na assistência ao paciente com cardiopatia congênita, uma boa avaliação e planejamento são essenciais para uma participação eficiente nas várias etapas do curso operatório, desde a pré-medicação até o transporte para a UTI.(4545. Foldy SM, Gorman JB. Perioperative nursing care for congenital cardiac defects. Crit Care Nurs Clin North Am. 1989;1(2):289-95.)

Na fase pré-operatória os juízes apontaram a necessidade de aferição rigorosa da glicemia através do hemoglicoteste sendo mais adequada, uma vez que os sinais e sintomas como sudorese e palidez são muito tênues em recém-nascidos, dificultando a detecção de hipo/hiperglicemia precocemente. A hipoglicemia pode produzir sinais inespecíficos e muitos pacientes com hipoglicemia neonatal são assintomáticos.(4646. Vain NE, Chiarelli F. Neonatal Hypoglycaemia: A Never-Ending Story? Neonatology. 2021;118(5):522-9.) Apesar da população em risco de hipoglicemia representar cerca de 30% de todos os nascimentos,(4747. Harris DL, Weston PJ, Harding JE. Incidence of neonatal hypoglycemia in babies identified as at risk. J Pediatr. 2012;161(5):787-91.) nos bebês prematuros há o maior risco de desregulação da glicose e, para esses, as melhorias no controle glicêmico podem ter maior impacto na morbidade e mortalidade.(4848. Beardsall K, Thomson L, Guy C, Iglesias-Platas I, van Weissenbruch MM, Bond S, Allison A, Kim S, Petrou S, Pantaleo B, Hovorka R, Dunger D; REACT collaborative. Real-time continuous glucose monitoring in preterm infants (REACT): an international, open-label, randomised controlled trial. Lancet Child Adolesc Health. 2021;5(4):265-73.)

Os desfechos da cirurgia cardíaca são influenciados por muitos fatores, que vão desde a técnica operatória, até as variações anatômicas e gravidade da doença. Pesquisa retrospectiva realizada em Boston(4949. Sengupta A, Gauvreau K, Kohlsaat K, Colan SD, Newburger JW, Del Nido PJ, et al. Intraoperative technical performance score predicts outcomes after congenital cardiac surgery. Ann Thorac Surg. 2023;115(2):471-7.) com 6793 pacientes, mostrou que aqueles que possuíam resíduo maior de lesão no intraoperatório (classe 3) tiveram um maior risco ajustado de mortalidade tardia ou transplante e reintervenção tardia do que os pacientes sem lesão residual (classe 1), ambos verificados por ecocardiograma no intraoperatório.

Durante a fase intraoperatória, enquanto o paciente permanece no CC sob responsabilidade da equipe cirúrgica, na UTIN os equipamentos devem ser checados e o leito deve ser organizado para o retorno do paciente. A unidade deve compor minimamente com o que se encontra nas portarias para aberturas de unidades de terapia intensiva neonatais.(5050. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Infraestrutura Para Atendimento Integral ao recém-nascido. Documento Científico do Departamento de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: SBP; 2010 [citado 2023 Maio 10]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/SBP-DC-Neo-Infraestrutura-integral-21nov2010aprovado.pdf
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_up...
) Cabe ao enfermeiro gerenciar a testagem dos equipamentos médico-hospitalares diariamente, garantindo a prevenção de incidentes, diminuindo os riscos ao paciente, mantendo a qualidade da prestação do cuidado e um ambiente seguro para o atendimento.(5151. Ribeiro GD, Silva RC, Ferreira MA, Silva GR, Campos JF, Andrade BR. Equipment failure: conducts of nurses and implications for patient safety. Rev Bras Enferm. 2018;71(4):1832-40.)

O período pós-operatório na UTIN se inicia com a recepção do paciente, mantendo a estabilidade hemodinâmica, e nas primeiras 24 horas os cuidados de enfermagem são essenciais para a sua evolução. Deverá ser aplicado o processo de enfermagem, com atenção especial aos sinais vitais, balanço hídrico, perdas de diurese e/ou vômito, débito dos drenos rigorosamente, a cada uma hora, até completar 12 horas do momento da admissão, passando para checagem a cada duas horas, ou de acordo com a prescrição médica que será baseada no quadro hemodinâmico do paciente, até que fique estável.(5252. Caneo LF. Condutas na ECMO. In: Auler JO Jr, Oliveira SA. Pós-operatório de cirurgia torácica e cardiovascular. Porto Alegre: Artmed; 2004. p. 280-302.) Além disso, nas cardiopatias congênitas cianóticas ocorre a interferência no fluxo sanguíneo, prejudicando a saturação de oxigênio. Assim, no pós-operatório, é desejada a melhora da oxigenação, contudo é importante a verificação contínua da oximetria de pulso para a verificação da oxigenação pré-ducto e pós-ducto,(5353. Jullien S. Newborn pulse oximetry screening for critical congenital heart defects. BMC Pediatr. 2021;21(S1 Suppl 1):305.) utilizando, assim, dois monitores, a fim de identificar uma possível falência cardíaca.(5454. Tamez R. Enfermagem Na UTI Neonatal: Assistência Ao Recém-Nascido de Alto Risco. 6th ed. Guanabara Koogan; 2017.)

Nesta fase, foi apontado pelos juízes que em pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca não se realiza mudança de decúbito nos primeiros 30 dias, apenas se faz alívio nos pontos de pressão, a fim de evitar lesões por pressão. Pesquisa descritiva realizada com 252 enfermeiros, 69% relataram usar um cobertor enrolado ou um pequeno objeto macio como superfície de redistribuição de pressão, evidenciando que práticas de prevenção de lesão por pressão são diferentes para pacientes neonatais devido a idade gestacional, tamanho e nível de doença.(5555. Razmus IS, Keep SM. Neonatal intensive care nursing pressure injury prevention practices: a descriptive survey. J Wound Ostomy Continence Nurs. 2021;48(5):394-402.)

Por fim, como limitação do estudo ressalta-se o pequeno número de especialistas, embora seja considerado adequado pelo referencial metodológico adotado.

Apesar disso, essa pesquisa poderá contribuir de forma substancial para adequação das ações dos profissionais de enfermagem e aprimoramento da assistência, com vistas a contribuir para um melhor prognóstico dos pacientes, por meio da prestação de assistência de enfermagem livre de danos e redução de complicações/óbitos atrelados à ocorrência de eventos adversos no período perioperatório.

Conclusão

O checklist construído foi organizado conforme o período perioperatório e validado pelo painel de juízes em relação aos objetivos, clareza, relevância, pertinência e abrangência. Diante dos resultados obtidos, comprova-se que o checklist para assistência perioperatória neonatal em cirurgia cardíaca é um instrumento confiável e válido para ser submetido à validação clínica na prática assistencial em unidades de terapia intensiva, a fim de se investigar a efetividade do material como recurso instrucional e norteador da assistência.

Referências

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Editado por

Editora Associada: Denise Myuki Kusahara (https://orcid.org/0000-0002-9498-0868) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Set 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    30 Nov 2022
  • Aceito
    25 Mar 2024
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