Resumo
Objetivo
Analisar o monitoramento de contatos de pacientes com tuberculose (TB) na perspectiva de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Métodos
Estudo descritivo, transversal e qualitativo, com ACS de oito Unidades Básicas de Saúde da Supervisão Técnica de Saúde Casa Verde/Cachoerinha/Limão do Município de São Paulo, SP. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas de junho a julho de 2021. A Vigilância à Saúde constituiu o referencial conceitual e os depoimentos foram submetidos a análise de conteúdo.
Resultados
Os ACS (51) tinham um tempo médio de atuação de 7,4 anos e 169 famílias sob sua responsabilidade; referiram já ter tido casos de TB na microárea de atuação (68,7%) e algum treinamento em relação à doença (70,6%). Em geral, o monitoramento de contatos não era conhecido pelos participantes, que também não reconheciam essa atividade como uma tarefa de sua responsabilidade. Várias dificuldades foram identificadas na rotina de trabalho, incluindo: resistência dos contatos em ser avaliados em consulta e realizar os exames solicitados, aceitar a possibilidade de ter TB, não conseguir acessar os contatos, dentre outras.
Conclusão
O desconhecimento da necessidade de monitorar os contatos pode fragilizar a detecção precoce de casos novos de Tuberculose e a Infecção Latente por Tuberculose, e contribuir para a manutenção da transmissão da doença. Dada a importância dos ACS para essa prática, e considerando que são um importante elo entre a comunidade e a equipe de saúde, recomenda-se sua devida instrumentalização para a identificação precoce de novos casos de TB e para o monitoramento adequado dos contatos.
Tuberculose; Busca de comunicante; Agentes comunitários de saúde; Vigilância em saúde pública; Monitoramento epidemiológico