Resumo
Objetivo: Identificar associação entre qualidade de vida e manifestações clínicas e sintomas de depressão em indivíduos com Lúpus Eritematoso Sistêmico.
Métodos: Estudo quantitativo, realizado com 141 indivíduos com lúpus em acompanhamento no ambulatório de reumatologia de um hospital universitário. Os dados foram coletados mediante entrevistas, utilizando o WHOQOL- bref , a Escala Cognitiva de Depressão e o questionário de caracterização sociodemográfica. Para análise, os dados foram digitados em planilha no Microsoft Excel® e analisados no Statistical Analysis Software, utilizando o Odds Ratio para medida de estimativa do risco e ajustes de modelos de regressão logística binária para cada uma das covariáveis de interesse. A significância estatística foi estabelecida quando p<0,05.
Resultados: Dos 141 participantes, 135 (95,7%) era do sexo feminino, 81 (57,9%) tinha mais de 40 anos e 89 (63,1%) tinha diagnóstico de lúpus há mais de cinco anos. A presença de algumas manifestações clínicas relacionadas à exacerbação da doença aumenta as chances de uma percepção insatisfatória da qualidade de vida em todos os domínios do WHOQOL- bref , sendo que o maior número de manifestações associadas à percepção insatisfatória da qualidade de vida foi observado no domínio saúde física, seguida pelo domínio saúde psicológica. A presença de sintomas de depressão também apresentou associação com percepção insatisfatória em todos os domínios do WHOQOL- bref
Conclusão: As manifestações clínicas que caracterizam a atividade da doença, bem como a presença de complicações aumentam as chances de uma percepção insatisfatória da qualidade de vida e esta, por sua vez, aumenta as chances de o indivíduo apresentar sintomas depressivos.
Descritores
Lúpus eritematoso sistêmico; Doenças autoimunes; Doenças raras; Qualidade de vida; Depressão