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Condições causais:
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SENTINDO-SE DIFERENTE DOS OUTROS ADOLESCENTES
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Percebendo o crescimento e o desenvolvimento alterados
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Eu tenho um colega que tem 11 anos e é mais alto, mais forte, mais desenvolvido do que eu. Os outros que não têm a doença se evoluem mais rápido do que os que têm a doença. (Scoob, 11 anos).
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Passando por problemas clínicos
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Se a pessoa se machucar, cria aquele machucado muito grande, aí tem que isolar a perna toda. Eu tinha um machucado aqui na perna que tinha que ficar fazendo curativo no CSU [Centro Social Urbano]. Fiquei três meses com o machucado na perna. (Manchester Black, 13 anos).
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Eu já tentei jogar. Jogava de lateral, mas depois parei, porque eu vi que não estava dando mais certo, porque doíam demais as pernas [...] Tudo é ruim, não posso tomar sereno, não posso sair de noite [...] (Messi, 11 anos).
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Comparando-se a outros adolescentes
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O adolescente que não tem a doença pode jogar bola, pode fazer tudo, pode fazer o que ele quiser. Quem tem a doença é isolado de jogar bola. Se jogar bola, as pernas doem; se correr, as pernas doem; se jogar capoeira, as pernas doem; se jogar basquete os braços doem. Tudo, qualquer esporte, doem. (Manchester Black, 13 anos).
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Adolescente normal [...] ela não sente muita coisa no pulmão e já com a doença falciforme, ela sente muita coisa no pulmão [...] (Mulher Maravilha, 10 anos).
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Sendo diferente devido às restrições
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Tem coisas que eles [adolescente sem doença falciforme] podem fazer e aí eu não faço. Tipo andar muito. Meus amigos gostam de passear, andar e tem vezes que eu não saio com eles por conta da doença falciforme, porque eu não posso me cansar muito [...] É ruim, porque eu gostaria de fazer praticamente tudo e tem coisas que eu não posso fazer. (Di Mônaco, 13 anos).
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Só uma vez que minha avó não queria que eu fizesse atividade física, que isso ia me prejudicar, e eu me senti diferente, porque não podia participar [...] Às vezes, minha mãe diz pra eu não pegar muito peso, não fazer muito exercício, que isso pode prejudicar. (Di Mônaco, 13 anos).
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Contexto:
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VIVENDO COM RESTRIÇÕES EM SUAS ROTINAS DIÁRIAS
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Restringindo suas atividades diárias
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Nas brincadeiras, eu me canso mais rápido que outras pessoas [...] quando eu estou brincando com meus amigos, a gente brincando, eu já estou cansado e eles não. (Scoob, 11 anos).
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Não pode jogar bola. Tem que ir sempre pra médico [...] (Messi, 11 anos).
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Restringindo sua alimentação
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[...] eu sinto assim, como medo de comer alguma coisa e passar mal, ou ter alguma dor ruim aí [...] eu não podendo comer o porco, porque posso sentir alguma dor, por causa da carne [do porco], porque que nem o meu pai sente [...] ele manda eu não comer também. Aí eu fico nessa que, se eu comer, eu possa sentir alguma dor. (Goku, 14 anos).
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Interveniência:
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VIVENCIANDO SITUAÇÕES RUINS
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Vivenciando a dor intensa
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Dói véi! Dói em tudo quanto é canto [...] dói nas costas, nos braços, nas pernas, até no joelho... dói em tudo quanto é canto, tu não tem noção [...] se tivesse como controlar, tudo bem, mas dói, dói, parece que seu braço vai pocar, que vai acontecer alguma coisa do lado de fora, seus ossos ficam parecendo que vão inchando, seu braços parecendo que estão quebrados, dói muito! Se você tivesse, você ia saber como dói. (Manchester Black, 13 anos).
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Eu sinto a dor que dói nas pernas, no braço, na coluna. A forca, quer dizer a dor que a gente sente, que ele está sentindo ao ser enforcado, e essa é a dor que eu sinto por ter anemia falciforme [...] eu me sinto sem coragem pra fazer nada, me sinto incapaz. (Manchester Black, 13 anos).
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Submetendo-se a consultas e exames laboratoriais
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Ele também não faz muito exame como eu faço [...] eu me sinto ruim, porque isso incomoda ter que sair pra ir pra médico, fazer exame. Eu não gosto muito [...] é uma coisa ruim, porque doença nenhuma é boa, não é? (Goku, 14 anos).
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Sendo hospitalizado frequentemente É uma coisa mais ou menos. Ela fica trazendo a pessoa direto para o hospital. Nesse caso aí é ruim. Mas também, às vezes, leva para o hospital e descobre que tá com outra coisa sem saber nada. (Scoob, 11 anos).
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