O clima da Sala de Emergência é complicado, é um ambiente agitado, com procedimentos agressivos, onde tudo ocorre muito rápido. Para a família o cenário, talvez, possa soar como muito incomum, isso distancia um pouco a família da emergência (G4, Profissional 20 – Enfermeira). |
Clima no espaço emergencial |
Análise de aspectos concernentes ao ambiente e ao contexto |
[...] Tem vezes que você nem enxerga a família que está a tua volta, porque o seu foco é o paciente (G2, Profissional 07 – Médica). |
Filosofia de cuidado |
A gente precisa de uma estrutura que permita maior privacidade, porque acredito que se a pessoa está ali, ela está para acompanhar seu ente querido e não o paciente que está ao lado. Então, é necessária esta privacidade. Se a estrutura não permitir isto, a família vai acompanhar o atendimento e o sofrimento do outro também (G1, Profissional 01 – Enfermeira). |
Estrutura física |
Hoje, estávamos com uma paciente na Sala de Emergência e não tinha nenhum monitor funcionando! As enfermeiras tentaram trocar, mexeram em tudo, mas nada funcionou. A paciente vai morrer por falta de monitor? Claro que não! Mas, será que se a família presenciar isso, de não ter materiais, ela vai entender? Sem material não tem como colocar a família (G1, Profissional 05 – Médica). |
Materiais médico-hospitalares |
Um pouco é referente ao protagonismo do sujeito. Ele enquanto profissional escolhe se vai ter uma postura de trazer a família mais para perto ou se vai afastar mais a família [...] Então, vai muito da postura profissional (G3, Profissional 16 – Enfermeiro gestor). |
Recursos humanos |
[...] Mas também tem que se lembrar da questão de contaminação. Colocar todo mundo dentro da Sala de Emergência é perigoso, lá tem de tudo, por exemplo, de vez em quando chega um paciente com suspeita de meningite ou tuberculose (G1, Profissional 03 – Médico). |
Infecção relacionada a assistência à saúde |
O paciente que está grave, em estado terminal, você tem que discutir: “Eu vou investir? Vou fazer massagem cardíaca nesse paciente que parou?”. O familiar pode dizer: “Meu pai sempre disse que não queria ser entubado, que não queria ir para uma UTI”. O médico diz: “Olha eu preciso fazer isso” e a família contesta: “Não, mas ele não queria”. Então, nós paramos por aqui! Seria a própria família ajudando nas decisões clínicas (G2, Profissional 14 – Médico). |
Nível de complexidade do quadro clínico |
Análise de aspectos concernentes aos pacientes e seus procedimentos |
Algumas vezes a família não atrapalha. Procedimento simples, o fato dela estar presente, não atrapalha. Desde que a gente avalie e veja que o familiar não vai dar problema. Mas, em procedimentos extremos acredito que ela não deve estar próxima, porque nos atrapalha. Aqui, três vezes eu tive que fazer uma toracotomia a céu aberto. Tenho impressão que nenhum familiar iria querer estar num ambiente onde isso está sujeito a acontecer (G2, Profissional 11 – Médico). |
Nível de complexidade dos procedimentos invasivos |
[...] Para criança precisa que a família esteja junto ao paciente. É preciso que esteja a mãe ou pai e isso é bastante comum. Quando atendo uma criança é com a família do lado, é tudo na frente da família (G2, Profissional 07 – Médica). [...] Para pacientes idosos, tem casos que não tem como deixar de colocar a família. Em muitos casos nós deixamos ficar para conseguirmos informações e para que o idoso fique menos agitado (G1, Profissional 02 – enfermeira). |
Idade dos pacientes |
Tem casos, que eu já não sou muito taxativa no sentido de obrigar o paciente a ficar sozinho. Porque, sei que isso vai causar um estresse muito grande e, possivelmente, ele vai ter uma piora no estado de saúde de um modo geral. Por isso, eu deixo por algum momento, mas se vê que a família não está colaborando, já peço para sair (G1, Profissional 04 – Enfermeira). |
Possibilidades de o paciente se beneficiar |
Acho que a emoção se sobressai. A gente tem que ser mais técnico e fazer a medicina, não dá para envolver emoção e medicina. A presença da família, de certa forma, pressiona os profissionais de saúde, a família acaba ficando muito emocionada, muito abalada e isso sensibiliza todo mundo (G2, Profissional 10 – Médica). |
Impacto psicoemocional para a equipe |
Análise de aspectos concernentes aos profissionais de saúde |
[...] Minhas atitudes clínicas não mudam em nada, estando a mãe, o pai, ou quem for. Eu sempre tomo a mesma decisão. Temos que ser profissionais preparados para atuar em situações de estresse (G1, Profissional 05 – Médica). |
Formação e preparo dos profissionais |
A presença da família passa maior segurança até mesmo para o médico diante de algum procedimento, por exemplo, ele pode pedir para o familiar explicar ao paciente o que vai acontecer, talvez até numa linguagem mais fácil (G3, Profissional 15 – enfermeiro gestor). |
Possibilidade de auxílio aos profissionais |
[...] é fundamental [a presença da família] para eles verem também que a gente faz tudo o que a gente poderia fazer, tudo que era para ser feito pelo paciente a gente fez (G2, Profissional 08 – Enfermeiro). |
Atender as necessidades familiares |
Análise de aspectos concernentes à família |
Muitas vezes você pega um familiar muito agressivo. Neste caso pode mais atrapalhar do que ajudar, porque a gente nunca sabe a reação de um familiar no momento de estresse. Ele pode ficar violento, querer agredir uma pessoa da equipe (G1, Profissional 04 – Enfermeira). |
Perfil do familiar |
Geralmente os acompanhantes são leigos, aí quando vai fazer algum procedimento mais invasivo, por exemplo, entubar, eu acho que é uma coisa que já impressiona assistir, ver aquilo tudo, acho que é um pouco traumatizante (G1, Profissional 02 – Enfermeira). |
Preparo familiar |