Resumo
Propõe-se discutir o contexto específico da realização e analisar sequências do filme Lágrima-Pantera, a míssil, de Júlio Bressane, buscando-se compreender a importância da parceria e do trabalho pregresso de Hélio Oiticica em sua ideação e realização. Observa-se que esse intercâmbio é atravessado por um interesse comum pelo cinema amador e pelo cinema underground, principalmente pela valorização da precariedade dos meios, pelas potências do registro cinematográfico mais como prática do que como produto final e por sua marginalidade em relação aos campos artísticos - em um momento em que a experimentação no Brasil encontrava sérias barreiras, de modo que a marginalidade artística se tornava não somente uma opção, mas uma necessidade para a prática artística independente.
palavras-chave:
Lágrima-Pantera; Hélio Oiticica; Júlio Bressane; cinema amador; cinema experimental