Baccharis dracunculifolia, planta hospedeira do galhador Neopelma baccharidis Burck., apresenta distribuição local em manchas definidas. Nesse trabalho, analisou-se o efeito de características individuais da hospedeira (altura da planta, diâmetro e volume da copa), locais (mancha) e regionais (localidade) no número de galhas, em Viçosa (três manchas) e Parque Estadual do Rio Doce, Marliéria (duas manchas), Estado de Minas Gerais (20°45'S, 42°50'W, e 19°50'S, 42°30'W, respectivamente). O número de galhas/planta foi positivamente correlacionado com o tamanho da planta e esta relação foi a mesma entre manchas e localidades. Foram encontradas diferenças entre manchas na proporção de plantas com galha versus sem galha, mas não entre localidades. A proporção de plantas com galha na mancha foi relacionada ao tamanho das plantas, e não à área da mancha. Plantas sem galhas apresentaram distribuições de freqüência de suas dimensões diferentes de plantas com galhas, com maior número de plantas pequenas, o que indicou haver um tamanho mínimo dos indivíduos de B. dracunculifolia para que sejam atacados por N. baccharidis. Concluiu-se que fatores locais prevaleceram sobre fatores regionais na determinação do número de galhas de N. baccharidis sobre B. dracunculifolia, na medida em que alteraram o tamanho das plantas, e com isso sua conveniência para o galhador, sem alterar a relação da carga de galhas com as dimensões individuais das plantas.
Insecta; galhas; Parque Estadual do Rio Doce; herbivoria; arquitetura da planta