A contaminação por chumbo em Santo Amaro (BA) é estudada há quase 40 anos, desde as evidências encontradas no Rio Subaé e em amostras de sangue de trabalhadores da Companhia Brasileira de Chumbo (Cobrac), e de urina e cabelo de pescadores. A persistência da contaminação continua motivando novas pesquisas, mesmo após 20 anos do fechamento da Cobrac, o que evidencia a falta de políticas públicas para afastar o risco de contaminação da população exposta, principalmente crianças e mulheres adultas. Este artigo apresenta uma análise cronológica e crítica da produção científica sobre o caso, e discute a pouca participação das Ciências Sociais na discussão, assim como a necessidade de inclusão dos afetados, baseada na perspectiva da ampliação da comunidade de pares (FUNTOWICZ; RAVETZ, 1997). A partir da percepção de que as pesquisas não retornaram à comunidade (DI GIULIO, 2010), constatou-se em levantamento bibliográfico nas bibliotecas que apenas 6,45% da produção científica estavam disponíveis.
Contaminação; Chumbo; Santo Amaro; Retorno de pesquisas; Ciências sociais