As comunidades quilombolas estão lutando arduamente pelo direito aos seus territórios tradicionais. Uma luta empreendida muito antes dos dispositivos legais que marcam os debates sobre os direitos das comunidades negras rurais brasileiras, em 1988. As lutas de tais comunidades não são por terra, para que possam fazer dela mercadoria, mas por um território em que estão suas próprias expressões de vida e percepções de mundo. O presente artigo, com base em pesquisa de campo junto às comunidades quilombolas do município de Salvaterra, na ilha do Marajó, mostra como essas comunidades definem os espaços de apropriação da terra, da mata, dos rios e das casas e como os espaços quilombolas são cercados por expressões simbólicas das formas de ser e viver dessas populações.
Comunidades quilombolas; territórios; Ilha do Marajó (PA)