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MILAGRE OU MIRAGEM? CONTRIBUIÇÕES CRÍTICAS À “TEORIA DA MODERNIZAÇÃO ECOLÓGICA” À LUZ DO PROJETO DESERTEC1 1 . Os autores agradecem aos professores Franz Trieb e Olaf Goebel pelas entrevistas concedidas, bem como à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Resumo

A investigação tem como objeto a análise do projeto “Desertec”, um empreendimento que visa estimular a transição para as “energias limpas” por meio da construção de usinas termossolares no deserto do Saara e interconexão via cabos HVDC entre Europa, Norte da África e Oriente Médio. Apesar do entusiasmo com que foi divulgado pela imprensa internacional e setores da sociedade civil, “Desertec” enfrentou uma série de obstáculos e impasses, sendo abandonado inclusive pelo consórcio de empresas que o havia impulsionado inicialmente. À luz desse estudo de caso, o artigo propõe um debate crítico com os pressupostos teóricos e epistemológicos da “Teoria da Modernização Ecológica” (TME). Trata-se de apontar para uma agenda de pesquisa que enfoque os projetos de modernização ecológica mal-sucedidos (failure cases), sublinhando os limites de abrangência da TME e o postulado teleológico de que a racionalidade econômica tende a coincidir com os critérios de racionalidade ambiental.

Palavras-chave:
Teoria da Modernização Ecológica; Concentrating Solar Power (CSP); Desertec; Ouarzazate; Mudanças climáticas

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