O trabalho investiga o indicador de “valor agregado” usado no sistema de avaliação do ensino superior Brasileiro, o chamado indicador IDD (Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado) para cursos de graduação. As duas principais afirmações defendidas são que desde 2014 este indicador é calculado de forma equivocada pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e que este equívoco teve consequências relevantes para as políticas públicas. O INEP usa modelagem multinível para calcular o IDD, usando um modelo linear misto com interceptos aleatórios. Em vez de identificar o IDD com os interceptos estimados, o INEP usa a média dos residuais no nível dos estudantes. É possível reproduzir exatamente os valores dos IDDs publicados pelo INEP a partir dos microdados do ciclo de 2019 usando o método equivocado. Uma comparação dos valores do IDD do INEP com aqueles obtidos usando o método correto mostra índices de confiabilidade maiores usando o método correto. Como exemplo de uma consequência relevante, determino o número de cursos que foram equivocadamente classificados com IDD “satisfatório” segundo os critérios usuais do INEP.
Palavras-chave:
Ensino superior; Valor agregado; Indicadores de qualidade; IDD