Invasão biológica é uma das maiores causas atuais da perda de biodiversidade. Várias espécies que se tornam invasoras produzem substâncias fitotóxicas que aumentam sua capacidade competitiva; assim, a alelopatia é uma estratégia capaz de potencializar o sucesso de invasão. Brachiaria decumbens, uma gramínea africana, invadiu os cerrados brasileiros e representa, atualmente, uma séria ameaça à biota regional. Neste ensaio, verificamos a presença de aleloquímicos em partes de B. decumbens das quais poderiam ser facilmente liberados para o ambiente. Testamos a inibição da germinação de Phalaris canariensis, Lactuca sativa (espécies padrão) e Melinis minutiflora (outra gramínea africana invasora) usando sementes de B. decumbens e soluções aquosas lixiviadas de suas raízes, folhas verdes e folhas senescentes, a 5, 10 e 20% de peso do material por volume de água. Tanto as sementes como as soluções lixiviadas de decumbens reduziram a germinação das outras espécies; a eficiência dos lixiviados aumentou de acordo com a concentração da solução. Acreditamos que a grande vantagem competitiva de B. decumbens no cerrado possa ser amplificada pela alelopatia.
