A alimentação de cinco espécies de teleósteos do litoral sul do Brasil foi analisada comparativamente entre estuário e plataforma continental. Constatou-se que o deslocamento entre os locais acarreta expressivas alterações qualitativas, a proporção de itens diferentes variando de 50% em Micropogonias furnieri a 89% em Isopisthus parvipinnis. No conjunto das espécies, 57% dos itens foram exclusivos de um ambiente ou de outro, e dentre os três mais comuns no estuário - peixes, Polychaeta e vegetais superiores, apenas o primeiro também esteve entre os mais comuns na plataforma. Apesar dessas diferenças, o grande espectro de itens em ambos os ambientes e a natureza daquele mais consumido em cada um indicam que há uma certa similaridade de padrões entre estuário e plataforma: em Chloroscombrus chrysurus, dieta carnívora, com predomínio de copépodos; em M. furnieri e Menticirrhus americanus, tendência à onivoria; e em Cynoscion leiarchus e I. parvipinnis, tendência à ictiofagia.