Fêmeas unissexuadas de Poeciliopsis monacha-lucida são biótipos híbridos que dependem do esperma da espécie parental ancestral para se reproduzir nos riachos do oeste mexicano. Os ancestrais destes híbridos são vivíparos e adotam duas estratégias reprodutivas diferentes. A espécie ancestral materna (P. monacha) adota lecitotrofia, perdendo aproximadamente 25% of da massa seca dos ovos fertilizados durante a embriogênese. A espécie ancestral paterna (P. lucida) é matrotrofica, apresentando um pequeno acréscimo de peso durante o desenvolvimento do embrião. Fêmeas de ambas as espécies geram embriões em diferentes fases de desenvolvimento (superfetação). O objetivo do presente estudo foi analisar a relação materno-embriônica em dois híbridos naturais (fêmeas unissexuais Poeciliopsis monacha-lucida; MLVII e MLVIII) coletadas no estado de Sonora, Mexico, e num repertório de seis híbridos produzidos através de inseminação artificial (denominados como híbridos produzidos em laboratório). Peso seco de ovos maduros e embriões em três estágios de desenvolvimento diferiram significativamente entre os híbridos. Todos os híbridos à exceção dos híbridos B1 e E2 exibiram superfetação e lecitotrofia. Estes resultados mostraram que a associação entre superfetação e lecitotrofia ocorre em híbridos naturais e não está restrita à P. monacha.
