Para ampliar conhecimentos sobre a incidência de bacteriófagos de bactérias lácticas na indústria de leite do Estado de São Paulo e a sua influência sobre a capacidade acidificante de fermentos lácticos disponíveis em nosso mercado, o presente trabalho foi conduzido com o intuito de esclarecer a real situação dos laticínios no Estado. Foram coletadas 33 amostras de soro de queijo em 17 laticínios. Foram isolados 16 bacteriófagos, 12 específicos para Lactococcus lactis, 3 para L. diacetylactis e um capaz de lisar ambos os microrganismos. Os experimentos mostraram que, uma diminuição de 10% na acidez em presença de soro suspeito, ao contrário do estabelecido na literatura, não reflete a veracidade da presença de bacteriófagos na amostra, uma vez que a maioria apresentou redução acima desse valor embora atividade fágica estivesse presente em apenas 65% das indústrias avaliadas. Utilizando uma mistura de bacteriófagos isolados, procedeu-se testes com 12 fermentos lácticos comerciais, e, em 8 horas, somente 2 tipos mostraram diferença na capacidade de acidificação. Verificou-se também que os fermentos, quando submetidos a repicagem diária, mantiveram os bacteriófagos após 20 subcultivos. A partir dos fermentos comerciais foram obtidas as bactérias componentes, que foram testadas individualmente quanto à resistência aos bacteriófagos, mostrando que o nível de sensibilidade varia consideravelmente entre os diferentes tipos de fermentos (BD, D, O e um de L. diacetylactis). Cinco bacteriófagos isolados não se mostraram infectivos a nenhum dos microrganismos isolados, enquanto 1 deles, mostrou-se infectivo para a quase totalidade dos isolados.