Duas espécies de angiospermas foram comparadas em relação à suas susceptibilidades ao pré-tratamento por explosão a vapor. De um modo geral, cavacos industriais de Eucalyptus viminalis Labill apresentaram-se mais susceptíveis ao pré-tratamento a vapor do que cavacos derivados de Mimosa scabrella Benth (bracatinga). Tal observação foi baseada em quatro parâmetros de avaliação: rendimento da fração insolúvel em água (fração fibrosa); recuperação de carboidratos na fração aquosa; quantidade liberada de produtos de desidratação de açúcares na fração aquosa; e despolimerização parcial da lignina por hidrólise ácida. O pré-tratamento a 205ºC por 5 min, na ausência de um catalisador ácido, demonstrou ser insuficiente para a hidrólise e solubilização das hemiceluloses presentes na bracatinga. Aproximadamente 30% das xilanas de bracatinga prevalesceram após o pré-tratamento nestas condições, enquanto que cerca de 90% das xilanas de eucalipto foram removidas sob os mesmos padrões de severidade. Da mesma forma, o pré-tratamento de eucalipto resultou em maiores graus de solubilização de glucanas (celulose) a partir dos cavacos, indicando que este tipo de madeira é mais susceptível ao pré-tratamento do que cavacos derivados de bracatinga. A adição de ácido sulfúrico diluído como catalisador do processo aumentou o rendimento de açúcares solúveis na fração aquosa e este efeito foi mais pronunciado no pré-tratamento de cavacos de bracatinga. Finalmente, o componente celulósico dos substratos derivados de bracatinga também apresentou-se menos susceptível à hidrólise enzimática do que aquele presente em substratos pré-tratados a vapor derivados de eucalipto e tal comportamento foi observado independentemente do uso de ácido sulfúrico como catalisador da reação.