RESUMO
Este artigo propõe uma leitura de Ferdinand de Saussure e Mikhail Bakhtin que busca colocá-los em relação não por um viés epistemológico, mas a partir de uma ideia de Henri Meschonnic, segundo a qual um autor pode estar ligado a outro sem que esteja explicitada referência de filiação entre eles. Para tanto, parte-se de um comentário, feito por Bakhtin, a propósito da tradução da obra de François Rabelais em russo, que é citado por Meschonnic no contexto de sua leitura antiestruturalista de Saussure. Finalmente, reflete-se sobre a pertinência de abordar comentários metalinguísticos que tematizam a condição do falante, o que pode configurar o objeto de uma teorização enunciativo-antropológica.
PALAVRAS-CHAVE: Comentário; Tradução; Estruturalismo; Discurso; Antropologia da enunciação