RESUMO
Este artigo tem como objetivo recuperar, por meio de uma breve trajetória histórica, a constituição da identidade do livro ilustrado como objeto cultural polifônico. Na produção contemporânea do livro ilustrado, o diálogo que se estabelece entre texto e leitor é ampliado pela presença de diferentes semioses por meio das quais múltiplas vozes se fazem ouvir e atuam como potencializadoras de sentidos. O conceito bakhtiniano de polifonia é apropriado, neste artigo, no âmbito das reflexões sobre o livro ilustrado, para estabelecer uma contraposição a um tipo de literatura infantil de caráter moralizante e, por conseguinte, pautada numa perspectiva monológica. Para exemplificar os aspectos multimodais presentes nesse objeto cultural, analisam-se obras da autora Angela Lago, expoente da literatura infantil brasileira. Conclui-se que o livro ilustrado, por seu caráter polissêmico e polifônico, cria inúmeras possibilidades de leituras abertas e criativas para diferentes leitores.
PALAVRAS-CHAVE:
Livro ilustrado; Literatura infantil; Polifonia