Acessibilidade / Reportar erro

Comportamento do Consumidor em Turismo em Crises de Saúde: Um Modelo Usando a Teoria da Motivação de Proteção em Hotéis-Fazenda

RESUMO

Os impactos de uma crise de saúde no setor de turismo podem ser severos, como têm ocorrido na atual pandemia de Covid-19. O comportamento dos turistas, em função do risco percebido, pode sofrer alteração e precisa ser compreendido, para que possam ser criadas ações estratégicas eficazes, para uma retomada mais rápida da economia do setor. Assim, esta pesquisa tem como objetivo investigar as relações existentes entre o risco percebido e seus antecedentes com a intenção de visitar e a disposição para pagar mais por hotéis fazenda, durante uma crise de saúde. A pesquisa quantitativa foi conduzida por um survey, que obteve 441 respondentes válidos. Os dados foram analisados por meio da caracterização da amostra, análise fatorial confirmatória, modelo estrutural e matriz importância-desempenho. Assim, houve validação da Teoria da Motivação de Proteção, além de ser constatada a associação positiva entre a Motivação de Viagem e Disposição para Pagar Mais e a Motivação de Viagem ser um preditor das intenções futuras.

PALAVRAS-CHAVE:
Pandemia; Risco percebido; Intenção de visitar; Disposição para pagar mais; Teoria da motivação de proteção

ABSTRACT

The impacts of a health crisis on the tourism sector may be severe, as occurred in the current Covid-19 pandemic. The behavior of tourists, due to perceived risk, may suffer alterations and needs to be understood so that efficient strategic actions can be created to allow for the fast recovery of the economy in such a sector. Therefore, this study has the purpose for investigating the existing relations between perceived risk and its precedents and the intention of visiting and the willingness to pay more for farm hotels during a health crisis. Quantitative research was conducted through a survey, which had 441 valid respondents. Data was analyzed through the characterization of the sample, confirmatory factorial analysis, a structural model, and an importance-performance matrix. Therefore, there was a validation of the Theory of Motivation of Protection, in addition to establishing the positive association between Travel Motivation and Willingness to Pay More, with Travel Motivation being a predictor for future intentions.

KEYWORDS:
Pandemic; Perceived Risk; Intention to travel; Willingness to pay more; Theory of motivation of protection

1. INTRODUÇÃO

A indústria do turismo foi um dos setores mais afetados da pandemia da Covid-19, pois ficou praticamente paralisado por um longo período (Baum & Hai, 2020Baum, T., & Hai, N. T. T. (2020). Hospitality, tourism, human rights and the impact of COVID-19.International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(7), 2397‒2407. https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0242
https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-02...
). O Ministério do Turismo do Brasil (MTUR) divulgou um estudo de parques nacionais e ecoturismo, com o objetivo de estimular o turismo de proximidade e viagens que tenham contato com a natureza, apresentando um panorama do que identifica como o segmento preferido no pós-pandemia (MTUR, 2020MTUR ‒ Ministério do Turismo. (2020, June 7). Ministério do Turismo divulga estudo sobre parques nacionais e ecoturismo. Ministério do Turismo. https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/ultimas-noticias/ministerio-do-turismo-divulga-estudo-sobre-parques-nacionais-e-ecoturismo.
https://www.gov.br/turismo/pt-br/assunto...
). Zhu e Deng (2020Zhu, H., & Deng, F. (2020). How to influence rural tourism intention by risk knowledge during COVID-19 containment in China: Mediating role of risk perception and attitude.International Journal of Environmental Research and Public Health,17(10), 3514. https://doi.org/10.3390/ijerph17103514
https://doi.org/10.3390/ijerph17103514...
) confirmam essa perspectiva, ao relatar que “o turismo rural é considerado uma melhor opção de viagem em meio à fase de controle de epidemias (Zhu & Deng, 2020Zhu, H., & Deng, F. (2020). How to influence rural tourism intention by risk knowledge during COVID-19 containment in China: Mediating role of risk perception and attitude.International Journal of Environmental Research and Public Health,17(10), 3514. https://doi.org/10.3390/ijerph17103514
https://doi.org/10.3390/ijerph17103514...
, p. 18).

Embora sejam bastante significativos os impactos que a indústria do turismo tem sofrido pelas medidas restritivas adotadas como forma de controle da disseminação do coronavírus, além de uma insegurança dos clientes em viajar, percebe-se que as oportunidades de recuperação do setor perpassam pelo turismo doméstico, em especial ao turismo de natureza.

Conquanto seja possível encontrar estudos sobre a relação do risco percebido com a intenção comportamental dos viajantes no contexto de crises de saúde, Neuburger e Egger (2021Neuburger, L., & Egger, R. (2021). Travel risk perception and travel behaviour during the COVID-19 pandemic 2020: A case study of the DACH region.Current Issues in Tourism,24(7), 1003‒1016. https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1803807
https://doi.org/10.1080/13683500.2020.18...
) apontam a necessidade de estudos específicos para a crise da pandemia de Covid-19 por entenderem que se trata de um evento sem precedentes. Jiang e Wen (2020Jiang, Y., & Wen, J. (2020). Effects of COVID-19 on hotel marketing and management: A perspective article. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(8), 2563-2573. https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0237
https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-02...
) acrescentam a importância de os hoteleiros compreenderem as mudanças nas demandas e comportamento de viagem dos turistas após a pandemia e atenderem a elas, sugerindo que “pesquisadores devam trabalhar para fortalecer a teoria e o conhecimento nesse setor crucial de hospitalidade para ajudar os hotéis a se tornarem mais resilientes e alcançar uma recuperação eficaz pós-desastre” (Jiang & Wen, 2020Jiang, Y., & Wen, J. (2020). Effects of COVID-19 on hotel marketing and management: A perspective article. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(8), 2563-2573. https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0237
https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-02...
, p. 2565).

Posto isso, esta pesquisa tem como objetivo analisar e mensurar quais as relações existentes entre o risco percebido e seus antecedentes com a intenção de visitar e a disposição para pagar mais por hotéis fazenda, durante uma crise de saúde. Os hotéis fazenda estão inseridos em um ambiente de turismo rural, e estão frequentemente relacionados ao ecoturismo e o turismo sustentável. É notória a sua importância, principalmente no contexto em que os indivíduos buscam uma opção de lazer em que se esteja o menos exposto a risco possível e preferencialmente em contato com a natureza.

Além desta introdução, o artigo apresenta a seguinte estrutura: a seção 2 é composta pelo referencial teórico; em seguida, a seção 3 apresenta o modelo do estudo e as hipóteses desenvolvidas; a seção 4 é constituída pelos procedimentos metodológicos adotados; com relação à seção 5, os resultados são apresentados e discutidos; e, por fim, a seção 6 apresenta as conclusões, destacando as contribuições teóricas e gerenciais do artigo, além de suas limitações e sugestão para futuras pesquisas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Teoria da Motivação de Proteção

A Teoria da Motivação de Proteção (TMP), desenvolvida por Rogers (1975Rogers, R. W. (1975). A protection motivation theory of fear appeals and attitude change1.The Journal of Psychology,91(1), 93‒114. https://doi.org/10.1080/00223980.1975.9915803
https://doi.org/10.1080/00223980.1975.99...
), revela que a motivação de se proteger de ameaças é a base da decisão dos indivíduos em realizar comportamentos preventivos de risco (Janmaimool, 2017Janmaimool, P. (2017). Application of protection motivation theory to investigate sustainable waste management behaviors.Sustainability, 9(7), 1079. https://doi.org/10.3390/su9071079
https://doi.org/10.3390/su9071079...
). A TMP é um modelo para compreender como as atitudes e os comportamentos podem ser alterados, quando os indivíduos se veem diante de uma ameaça. Avalia o enfrentamento ao medo do indivíduo, influenciado por fatores ambientais e interpessoais, com base em dois processos cognitivos: a avaliação da ameaça e a avaliação de enfrentamento (Lee et al., 2019Lee, J. H., Mustapha, A., & Hwang, J. (2019) Enhancing ethnic restaurant visits and reducing risk perception: The effect of information and protection motivation. Journal of Hospitality and Tourism Insights, 2(4), 341-357. https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-0068
https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-006...
).

A avaliação da ameaça representa o processo de análise de risco pelo indivíduo e o quanto ele se sente ameaçado, composto pelas variáveis (1) vulnerabilidade percebida, ou seja, a probabilidade de exposição à ameaça, e a (2) gravidade percebida, que avalia as consequências de exposição à ameaça (Bubeck et al., 2012Bubeck, P., Botzen, W. J. W., & Aerts, J. C. (2012). A review of risk perceptions and other factors that influence flood mitigation behavior.Risk Analysis: An International Journal,32(9), 1481‒1495. https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011.01783.x
https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011...
). Já a avaliação de enfrentamento se baseia na (1) eficácia de resposta, isto é, na confiança da eficiência dos comportamentos de proteção recomendados, (2) na autoeficácia, na qual o indivíduo avalia sua capacidade em realizar esses comportamentos e (3) o custo de resposta, como a estimativa do quanto custaria para implementar a medida de redução de risco (Chen et al., 2020Chen, F., Dai, S., Zhu, Y., & Xu, H. (2020). Will concerns for ski tourism promote pro‐environmental behaviour? An implication of protection motivation theory.International Journal of Tourism Research,22(3), 303‒313. https://doi.org/10.1002/jtr.2336
https://doi.org/10.1002/jtr.2336...
).

Cho et al. (2020Cho, M., Bonn, M. A., & Li, J. (2020). Examining risk-reduction behavior toward water quality among restaurant guests.Cornell Hospitality Quarterly,61(3), 255‒270. https://doi.org/10.1177/1938965520919106
https://doi.org/10.1177/1938965520919106...
) acrescentam que a relação que se estabelece entre o processo de avaliação de ameaça e a avaliação de enfrentamento ativa a motivação de proteção, considerada por Rogers (1975Rogers, R. W. (1975). A protection motivation theory of fear appeals and attitude change1.The Journal of Psychology,91(1), 93‒114. https://doi.org/10.1080/00223980.1975.9915803
https://doi.org/10.1080/00223980.1975.99...
) como um sinônimo e medida das intenções comportamentais, que resulta em um dos dois modos de enfrentamento: adaptativo ou mal adaptativo.

Embora a TMP tenha abrangência e se mostre um modelo adequado para a compreensão de como as atitudes e comportamentos dos indivíduos podem mudar diante de ameaças, no turismo e hospitalidade, ainda, é pouco explorada (Floyd et al., 2000Floyd, D. L., Prentice‐Dunn, S., & Rogers, R. W. (2000). A meta‐analysis of research on protection motivation theory.Journal of Applied Social Psychology,30(2), 407‒429. https://doi.org/10.1111/j.1559-1816.2000.tb02323.x
https://doi.org/10.1111/j.1559-1816.2000...
). Em função da sua capacidade de explicar a motivação de proteção em resposta a uma ameaça específica, como apontado por Bubeck et al. (2012Bubeck, P., Botzen, W. J. W., & Aerts, J. C. (2012). A review of risk perceptions and other factors that influence flood mitigation behavior.Risk Analysis: An International Journal,32(9), 1481‒1495. https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011.01783.x
https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011...
), como é o caso da recente pandemia de Covid-19, ela é escolhida como base teórica para este estudo.

2.2. Motivação de Viagem

Hosany et al. (2020Hosany, S., Buzova, D., & Sanz-Blas, S. (2020). The influence of place attachment, ad-evoked positive affect, and motivation on intention to visit: Imagination proclivity as a moderator.Journal of Travel Research,59(3), 477‒495. https://doi.org/10.1177/0047287519830789
https://doi.org/10.1177/0047287519830789...
) evidenciam a atenção dada para o tema motivação de viagem nas últimas décadas, pela importância em se compreender os elementos que compõem a motivação de viagem do turista e como estas afetam a intenção comportamental (Prebensen et al., 2013Prebensen, N. K., Woo, E., Chen, J. S., & Uysal, M. (2013). Motivation and involvement as antecedents of the perceived value of the destination experience.Journal of Travel Research,52(2), 253‒264. https://doi.org/10.1177/0047287512461181
https://doi.org/10.1177/0047287512461181...
). Fodness (1994Fodness, D. (1994). Measuring tourist motivation. Annals of Tourism Research, 21(3), 555‒581. https://doi.org/10.1016/0160-7383(94)90120-1
https://doi.org/10.1016/0160-7383(94)901...
) esclarece que isso é necessário para que seja possível realizar um marketing turístico eficaz, e acrescenta que o interesse dos pesquisadores em avaliar a motivação de viagem vem da necessidade de se avaliar tipos de turistas, de modo a segmentar o mercado, obtendo informações que servirão como base para novos produtos e serviços, avaliação de qualidade, desenvolvimento de imagem e posicionamento.

A partir da década de 1970, surgiram diversas teorias e modelos que buscam explicar o que leva os indivíduos a viajarem (Caber et al., 2020Caber, M., González-Rodríguez, M. R., Albayrak, T., & Simonetti, B. (2020). Does perceived risk really matter in travel behaviour?Journal of Vacation Marketing,26(3), 334‒353. https://doi.org/ 10.1177/1356766720927762
https://doi.org/ 10.1177/135676672092776...
). Como o tema da motivação de viagem tem sido amplamente estudado, os fatores mais comumente identificados na pesquisa do turismo são: escapismo, relaxamento, entusiasmo e aprendizagem (Hosany et al., 2020Hosany, S., Buzova, D., & Sanz-Blas, S. (2020). The influence of place attachment, ad-evoked positive affect, and motivation on intention to visit: Imagination proclivity as a moderator.Journal of Travel Research,59(3), 477‒495. https://doi.org/10.1177/0047287519830789
https://doi.org/10.1177/0047287519830789...
).

2.3. Protocolos de prevenção

A importância e interesse mundial na implementação de estratégias de controle e prevenção da Covid-19 é enfatizado por Harapan et al. (2020Harapan, H., Itoh, N., Yufika, A., Winardi, W., Keam, S., Te, H., Megawati, D., Hayati, Z., Wagner, A. L., & Mudatsir, M. (2020). Coronavirus disease 2019 (COVID-19): A literature review. Journal of Infection and Public Health, 13(5), 667-673. https://doi.org/10.1016/j.jiph.2020.03.019
https://doi.org/10.1016/j.jiph.2020.03.0...
) como uma maneira de interromper a cadeia de transmissão da doença. Para a recuperação econômica do setor de turismo, é necessário haver um planejamento de medidas para criar confiança, envolvendo os diferentes atores (empresas, clientes e destinos turísticos) (Sanabria-Díaz et al., 2021Sanabria-Díaz, J. M., Aguiar-Quintana, T., & Araujo-Cabrera, Y. (2021). Public strategies to rescue the hospitality industry following the impact of COVID-19: A case study of the European Union. International Journal of Hospitality Management, 97, 102988. https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2021.102988
https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2021.1029...
). No Brasil, o MTUR criou o selo “Turismo Responsável” para empresas aderentes ao programa de boas práticas de higiene, que cumpram os protocolos exigidos para a prevenção da Covid-19, com o objetivo de transmitir mais segurança aos consumidores. Complementando as orientações para um turismo mais seguro, estabeleceu protocolos para os turistas, os quais contam com 23 atitudes recomendadas.

2.4. Risco Percebido

O interesse pelo risco vem desde os estudos de Frank Knight (Knight, 1921Knight, F. H. (1921).Risk, uncertainty and profit. Houghton Mifflin.) na esfera econômica, e explorado posteriormente, por diversas áreas, dentre elas o marketing (Quintal et al., 2010Quintal, V. A., Lee, J. A., & Soutar, G. N. (2010). Risk, uncertainty and the theory of planned behavior: A tourism example.Tourism Management,31(6), 797‒805. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.08.006
https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.0...
). Por se tratar de um construto multidimensional, Küpeli e Özer, 2020Küpeli, T., & Özer, L. (2020). Assessing perceived risk and perceived value in the hotel industry: An integrated approach.Anatolia,31(1), 111‒130. https://doi.org/10.1080/13032917.2020.1711785
https://doi.org/10.1080/13032917.2020.17...
e Jacoby e Kaplan (1972Jacoby, J., & Kaplan, L. (1972). The components of perceived risk. Advances in Consumer Research, 3, 1-19. ), em uma completa revisão de literatura, identificaram cinco tipos de riscos percebidos, funcionalmente independentes: risco financeiro, risco funcional, risco físico, risco psicológico e risco social. A eles acrescentam o risco percebido geral, posteriormente nomeado por Mitchell (1992Mitchell, V. (1992). Understanding consumers’ behaviour: Can perceived risk theory help? Management Decision, 30(3), 26-31. https://doi.org/10.1108/00251749210013050
https://doi.org/10.1108/0025174921001305...
), como risco de desempenho, e o risco temporal, identificado nos estudos de Roselius (1971Roselius, T. (1971). Consumer rankings of risk reduction methods.Journal of Marketing,35(1), 56‒61. https://doi.org/10.2307/1250565
https://doi.org/10.2307/1250565...
).

Mitchell (1992Mitchell, V. (1992). Understanding consumers’ behaviour: Can perceived risk theory help? Management Decision, 30(3), 26-31. https://doi.org/10.1108/00251749210013050
https://doi.org/10.1108/0025174921001305...
) apresenta uma breve descrição dos tipos de percepção de risco, demonstrado no Quadro 1.

Quadro 1
Descrição Dos Tipos De Riscos Percebidos

No contexto desta pesquisa, vale destacar o risco físico que engloba a percepção de perigo para a saúde do consumidor. O risco de contrair uma doença infecciosa aumenta com a incidência da doença no local visitado, assim, deve ser feita uma avaliação cuidadosa dos fatores de risco conhecidos para aquisição da doença, como a condição médica do viajante e os detalhes da viagem planejada como a duração da estadia e em quais condições as atividades serão realizadas (Memish et al., 2010Memish, Z. A., Goubeaud, A., Bröker, M., Malerczyk, C., & Shibl, A. M. (2010). Invasive meningococcal disease and travel. Journal of Infection and Public Health, 3(4), 143‒151. https://doi.org/10.1016/j.jiph.2010.09.008
https://doi.org/10.1016/j.jiph.2010.09.0...
). Chien et al. (2017Chien, P. M., Sharifpour, M., Ritchie, B. W., & Watson, B. (2017). Travelers’ health risk perceptions and protective behavior: A psychological approach. Journal of Travel Research, 56(6), 744‒759. https://doi.org/10.1177/0047287516665479
https://doi.org/10.1177/0047287516665479...
) destacam que há uma necessidade de maior compreensão da percepção de risco do viajante em relação à saúde e o grau no qual um viajante acredita que está em risco afeta as decisões de adotar comportamentos de proteção. Os autores evidenciam que as agências devem comunicar a facilidade de adotar medidas de proteção e destacar o fato de que, embora os viajantes não possam impedir os riscos, eles podem tomar medidas para reduzir suas chances de ocorrência desses eventos negativos ou reduzir os danos que esses eventos podem causar (Chien et al., 2017Chien, P. M., Sharifpour, M., Ritchie, B. W., & Watson, B. (2017). Travelers’ health risk perceptions and protective behavior: A psychological approach. Journal of Travel Research, 56(6), 744‒759. https://doi.org/10.1177/0047287516665479
https://doi.org/10.1177/0047287516665479...
). Tendo isso em vista, lacunas no conhecimento sobre saúde em viagens e nos comportamentos de prevenção são um desafio na educação para a saúde em viagens, pois o conhecimento técnico apoia abordagens mais responsivas às mudanças nas circunstâncias de risco (Hartjes et al., 2009Hartjes, L. B., Baumann, L. C., & Henriques, J. B. (2009). Travel health risk perceptions and prevention behaviors of US study abroad students. Journal of Travel Medicine, 16(5), 338‒343. http://doi.org/10.1111/j.1708-8305.2009.00322.x
http://doi.org/10.1111/j.1708-8305.2009....
).

2.5. Intenção comportamental - intenção de visitar e disposição para pagar mais

Fishbein e Ajzen (1975Fishbein, M., & Ajzen, I. (1975). Belief, attitude, intention, and behavior: An introduction to theory and research. Addison-Wesley.) definem a intenção como a representação das expectativas de uma forma particular de comportamento, em um determinado ambiente, pode ser operacionalizada como a probabilidade de agir, é, ainda, determinante imediata e melhor preditora do comportamento. No turismo, a intenção comportamental se desenvolve a partir de crenças avaliativas, fatores sociais que levam a crenças normativas e fatores situacionais os quais surgem no momento do planejamento de viagem ou compromisso (Khan et al., 2019Khan, M. J., Chelliah, S., Khan, F., & Amin, S. (2019). Perceived risks, travel constraints and visit intention of young women travelers: The moderating role of travel motivation. Tourism Review, 74(3), 721-738. https://doi.org/10.1108/TR-08-2018-0116
https://doi.org/10.1108/TR-08-2018-0116...
). Afshardoost e Eshaghi (2020Afshardoost, M., & Eshaghi, M. S. (2020). Destination image and tourist behavioral intentions: A meta-analysis.Tourism Management,81, 104154. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104154
https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.1...
) ampliam esse posicionamento revelando que a intenção comportamental é um construto multidimensional, e tem como indicadores mais favoráveis pré e pós-visita, a intenção de revisitar (Loi et al., 2017Loi, L. T. I., So, A. S. I., Lo, I. S., & Fong, L. H. N. (2017). Does the quality of tourist shuttles influence revisit intention through destination image and satisfaction? The case of Macao.Journal of Hospitality and Tourism Management,32, 115‒123. https://doi.org/10.1016/j.jhtm.2017.06.002
https://doi.org/10.1016/j.jhtm.2017.06.0...
), intenção de recomendar (Prayag & Ryan, 2012Prayag, G., & Ryan, C. (2012). Antecedentes da lealdade dos turistas às Ilhas Maurício: o papel e a influência da imagem do destino, apego ao lugar, envolvimento pessoal e satisfação. Journal of Travel Research, 51(3), 342-356. ), intenção de visitar (Fu et al., 2016Fu, H., Ye, B. H., & Xiang, J. (2016). Reality TV, audience travel intentions, and destination image.Tourism management,55(C), 37‒48. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2016.01.009
https://doi.org/10.1016/j.tourman.2016.0...
)” (Afshardoost & Eshaghi, 2020Afshardoost, M., & Eshaghi, M. S. (2020). Destination image and tourist behavioral intentions: A meta-analysis.Tourism Management,81, 104154. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104154
https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.1...
, p. 3). Varah et al. (2021Varah, F., Mahongnao, M., Pani, B., & Khamrang, S. (2021). Exploring young consumers’ intention toward green products: Applying an extended theory of planned behavior.Environment, Development and Sustainability,23(6), 9181‒9195. https://doi.org/10.1007/s10668-020-01018-z
https://doi.org/10.1007/s10668-020-01018...
) incluem a disposição para pagar mais como uma variável da intenção comportamental.

Assim, compreender o processo de escolha do destino pelo viajante é de fundamental importância para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de marketing e turismo (Baloglu, 2000Baloglu, S. (2000). A path analytic model of visitation intention involving information sources, socio-psychological motivations, and destination image.Journal of Travel & Tourism Marketing, 8(3), 81‒90. https://doi.org/10.1300/J073v08n03_05
https://doi.org/10.1300/J073v08n03_05...
).

2.6. Hotéis Fazenda

Os desafios apresentados para a indústria da viagem e do turismo, com toda a competitividade existente no setor, já se mostravam importantes, quando a pandemia de Covid-19 foi anunciada. A World Travel & Tourist Council (WTTC, 2020WTTC ‒ World Travel & Tourism Council. (2020). Travel & tourism - global economic impact & trend 2020 - may 2020. WTTC.) apresenta o setor de viagens e turismo como um dos mais representativos no mundo, com grande impacto econômico tanto direto, no desenvolvimento socioeconômico e na criação de empregos, quanto indireto, nas ligações das cadeias de suprimentos de outros setores. Com a crise de saúde e a crise econômica geradas pela pandemia de Covid-19 é esperada uma mudança no comportamento de viagem dos turistas buscando destinos nacionais em um sentimento coletivista de apoio à economia doméstica e à necessidade de locais com menos aglomeração (Zenker & Kock, 2020Zenker, S., & Kock, F. (2020). The coronavirus pandemic-A critical discussion of a tourism research agenda. Tourism Management, 81, 104164. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104164
https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.1...
).

Dessa forma, há a oportunidade de fomentar o turismo interno “reduzindo o vazamento da economia nacional e fortalecendo centros regionais e economias rurais” (Hall et al., 2020Hall, C. M., Scott, D., & Gössling, S. (2020). Pandemics, transformations and tourism: Be careful what you wish for. Tourism Geographies, 22(3), 577‒598. https://doi.org/10.1080/14616688.2020.1759131
https://doi.org/10.1080/14616688.2020.17...
, p. 13). Zhu e Deng (2020Zhu, H., & Deng, F. (2020). How to influence rural tourism intention by risk knowledge during COVID-19 containment in China: Mediating role of risk perception and attitude.International Journal of Environmental Research and Public Health,17(10), 3514. https://doi.org/10.3390/ijerph17103514
https://doi.org/10.3390/ijerph17103514...
) confirmam essa perspectiva, ao relatar que “o turismo rural é considerado uma melhor opção de viagem em meio à fase de controle de epidemias” (Zhu & Deng, 2020Zhu, H., & Deng, F. (2020). How to influence rural tourism intention by risk knowledge during COVID-19 containment in China: Mediating role of risk perception and attitude.International Journal of Environmental Research and Public Health,17(10), 3514. https://doi.org/10.3390/ijerph17103514
https://doi.org/10.3390/ijerph17103514...
, p. 18). Seguindo essa tendência, o MTUR (2020MTUR ‒ Ministério do Turismo. (2020, June 7). Ministério do Turismo divulga estudo sobre parques nacionais e ecoturismo. Ministério do Turismo. https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/ultimas-noticias/ministerio-do-turismo-divulga-estudo-sobre-parques-nacionais-e-ecoturismo.
https://www.gov.br/turismo/pt-br/assunto...
) divulgou um estudo de parques nacionais e ecoturismo, com o objetivo de estimular o turismo de proximidade e viagens que tenham contato com a natureza, apresentando um panorama do que identifica como o segmento preferido no pós-pandemia.

Neste estudo, serão avaliadas as associações entre a percepção de risco e a intenção de visitar e pagar mais por hotéis fazenda, definido pelo MTUR (2010MTUR ‒ Ministério do Turismo. (2010). Sistema de classificação dos meios de hospedagem. Ministério do Turismo do Brasil. http://antigo.turismo.gov.br/acesso-a-informacao/63-acoes-e-programas/5021-sistema-brasileiro-de-classificacao-de-meios-de-hospedagem-sbclass.html
http://antigo.turismo.gov.br/acesso-a-in...
, p. 7) como um meio de hospedagem “localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo”. Os hotéis fazenda surgiram para suprir a necessidade de vivência com ambiente rural que foi rompida, principalmente entre os anos 1970 e 1980, com a emigração da população para os centros urbanos (SEBRAE, 2012SEBRAE ‒ Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2012). Ideias Sustentáveis - Hotel Fazenda. SEBRAE. http://extranet2.pr.sebrae.com.br/portal/sustentabilidade/Hotel%20Fazenda.pdf
http://extranet2.pr.sebrae.com.br/portal...
). Assim, os hotéis fazenda estão inseridos em um ambiente de turismo rural, e estão frequentemente relacionados ao ecoturismo e o turismo sustentável.

A escolha por hotéis fazenda se deve tanto por se tratar de uma das opções de turismo rural, quanto pelo crescente interesse dos viajantes brasileiros por esse meio de hospedagem, que pode ser comprovado pelo aumento das buscas por esse tipo no buscador Google. A Figura 1 apresenta resultado obtido na plataforma Google Trends, que fornece resultados de análise de tendência de buscas, entre março de 2020 e maio de 2021, para a consulta da palavra-chave “Hotel Fazenda” no Brasil. O gráfico representa o interesse de pesquisa relativo, e o ponto mais alto do gráfico (100) demonstra o pico de popularidade ao longo do tempo. É possível notar que, após a declaração da pandemia de Covid-19 pela OMS em 11 de março de 2020, há uma queda brusca das pesquisas por hotéis fazenda, iniciando uma retomada e crescimento, a partir de agosto de 2020, atingindo o pico de popularidade. Embora haja uma nova queda, em março de 2021, em função da explosão de casos no Brasil, seguido de um colapso no sistema de saúde de várias cidades, os meses subsequentes revelam uma evolução.

Figura 1.
Busca no Google pela palavra-chave “hotel fazenda”

Assim, embora não existam estatísticas oficiais no MTUR e no IBGE sobre a representatividade do segmento de hotéis fazenda para o turismo do Brasil, é notória a sua importância, principalmente no atual contexto no qual os indivíduos buscam uma opção de lazer em que se esteja o menos exposto a risco possível e preferencialmente em contato com a natureza.

3. MODELO CONCEITUAL E DESENVOLVIMENTO DE HIPÓTESES

3.1. Risco percebido e intenção comportamental

Durante uma crise de saúde, como a atual pandemia da Covid-19, a tomada de decisão do consumidor é ainda mais influenciada pelo risco percebido (Zhu & Deng, 2020Zhu, H., & Deng, F. (2020). How to influence rural tourism intention by risk knowledge during COVID-19 containment in China: Mediating role of risk perception and attitude.International Journal of Environmental Research and Public Health,17(10), 3514. https://doi.org/10.3390/ijerph17103514
https://doi.org/10.3390/ijerph17103514...
), que é apontado por Bae e Chang (2021Bae, S. Y., & Chang, P. J. (2021). The effect of coronavirus disease-19 (COVID-19) risk perception on behavioural intention towards ‘untact’tourism in South Korea during the first wave of the pandemic (March 2020).Current Issues in Tourism,24(7), 1017‒1035. https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1798895
https://doi.org/10.1080/13683500.2020.17...
) como elemento fundamental na adoção de comportamentos preventivos pelos consumidores, buscando minimizar os riscos à saúde. Isso acontece, principalmente, pela quantidade de informações disponíveis, que proporcionam ao viajante, cada vez, mais autonomia na gestão dos riscos (Wang et al., 2020Wang, F., Xue, T., Wang, T., & Wu, B. (2020). The mechanism of tourism risk perception in severe epidemic-The antecedent effect of place image depicted in anti-epidemic music videos and the moderating effect of visiting history.Sustainability,12(13), 5454. https://doi.org/10.3390/su12135454
https://doi.org/10.3390/su12135454...
).

A relação do risco percebido na intenção comportamental tem sido estudada por muitos pesquisadores, como Küpeli e Özer (2020Küpeli, T., & Özer, L. (2020). Assessing perceived risk and perceived value in the hotel industry: An integrated approach.Anatolia,31(1), 111‒130. https://doi.org/10.1080/13032917.2020.1711785
https://doi.org/10.1080/13032917.2020.17...
), Tavitiyaman e Qu (2013Tavitiyaman, P., & Qu, H. (2013). Destination image and behavior intention of travelers to Thailand: The moderating effect of perceived risk.Journal of Travel & Tourism Marketing,30(3), 169-185. ), Neuburger e Egger (2021Neuburger, L., & Egger, R. (2021). Travel risk perception and travel behaviour during the COVID-19 pandemic 2020: A case study of the DACH region.Current Issues in Tourism,24(7), 1003‒1016. https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1803807
https://doi.org/10.1080/13683500.2020.18...
). Assim, são propostas as seguintes hipóteses:

  • H1: O risco percebido é formado pelas dimensões risco físico, risco financeiro, risco psicológico, risco temporal e risco de desempenho.

  • H2: O risco percebido afeta negativamente a intenção de hotéis fazenda.

  • H3: O risco percebido afeta positivamente a disposição para pagar mais.

3.2. Protocolos de prevenção, intenção comportamental e risco percebido

Jiang e Wen (2020Jiang, Y., & Wen, J. (2020). Effects of COVID-19 on hotel marketing and management: A perspective article. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(8), 2563-2573. https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0237
https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-02...
) evidenciam o aumento da preocupação dos turistas com os riscos de segurança e saúde em viagem, durante uma pandemia, e afirmam que essa preocupação reflete diretamente no comportamento de viagem. Mesmo com a escassez de pesquisas com essa temática no turismo durante crises de saúde, os protocolos sanitários, principalmente ligados à limpeza e à higiene, tornaram-se ainda mais salientes com a presença do coronavírus, levando a crer que os viajantes buscarão hotéis que ofereçam serviços e produtos de hospedagem “tranquilizadores em termos de higiene e limpeza” (Jiang & Wen, 2020Jiang, Y., & Wen, J. (2020). Effects of COVID-19 on hotel marketing and management: A perspective article. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(8), 2563-2573. https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0237
https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-02...
, p. 2567).

De acordo com o supramencionado, propõe-se testar as seguintes hipóteses:

  • H4: Os protocolos de prevenção afetam positivamente a intenção de visitar.

  • H5: Os protocolos de prevenção afetam positivamente a disposição para pagar mais.

  • H6: Os protocolos de prevenção afetam negativamente o risco percebido.

3.3. Motivação de proteção e risco percebido

Bubeck et al. (2012Bubeck, P., Botzen, W. J. W., & Aerts, J. C. (2012). A review of risk perceptions and other factors that influence flood mitigation behavior.Risk Analysis: An International Journal,32(9), 1481‒1495. https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011.01783.x
https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011...
) destacam a capacidade explicativa da TMP para o fato de não necessariamente ocorrer uma reação imediata de mitigação, quando um alto risco é percebido. Isso acontece porque os indivíduos avaliam as ameaças para decidirem como ajustar seu comportamento, e isso significa que a motivação de proteção leva a um comportamento preventivo. Essa característica faz com que a TMP seja usada como base teórica de pesquisas que buscam explicar e prever comportamentos de saúde, comportamentos alimentares, comportamentos de proteção em contextos de riscos naturais, técnicos e ambientais. (Lee et al., 2019Lee, J. H., Mustapha, A., & Hwang, J. (2019) Enhancing ethnic restaurant visits and reducing risk perception: The effect of information and protection motivation. Journal of Hospitality and Tourism Insights, 2(4), 341-357. https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-0068
https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-006...
).

Portanto, as seguintes hipóteses são propostas:

  • H7: A motivação de proteção é formada pelas dimensões vulnerabilidade, gravidade, eficácia de resposta e autoeficácia.

  • H8: A motivação de proteção afeta positivamente o risco percebido.

3.4. Motivação de viagem e risco percebido

Zheng (2018Zheng, S. (2018). Evaluating the impact of travel motivations, sensation seeking, destination perceived risk on consumer choice. Kent State University College.) revela que as motivações de viagem executam um importante papel no entendimento do risco percebido pelo turista e em suas escolhas de destino, o que significa que estas afetam diretamente a avaliação dos diversos riscos e a escolha do local de viagem. Nessa perspectiva, Khan et al. (2019Khan, M. J., Chelliah, S., Khan, F., & Amin, S. (2019). Perceived risks, travel constraints and visit intention of young women travelers: The moderating role of travel motivation. Tourism Review, 74(3), 721-738. https://doi.org/10.1108/TR-08-2018-0116
https://doi.org/10.1108/TR-08-2018-0116...
) investigaram o efeito moderador da motivação para viajar, na relação entre riscos percebidos, restrições de viagem e intenção de visita de jovens mulheres viajantes. Além disso, Tang (2014Tang, Y. (2014). Travel motivation, destination image and visitor satisfaction of international tourists after the 2008 Wenchuan earthquake: A structural modelling approach.Asia Pacific Journal of Tourism Research,19(11), 1260‒1277. https://doi.org/10.1080/10941665.2013.844181
https://doi.org/10.1080/10941665.2013.84...
) e Caber et al. (2020Caber, M., González-Rodríguez, M. R., Albayrak, T., & Simonetti, B. (2020). Does perceived risk really matter in travel behaviour?Journal of Vacation Marketing,26(3), 334‒353. https://doi.org/ 10.1177/1356766720927762
https://doi.org/ 10.1177/135676672092776...
) também estudaram o impacto da percepção de risco na motivação de viagem. Com base nos estudos apresentados, as seguintes hipóteses são desenvolvidas:

  • H9: A motivação de viagem é formada pelas dimensões aprendizagem, entusiasmo, escapismo e relaxamento.

  • H10: A motivação de viagem afeta negativamente o risco percebido.

3.5. Motivação de viagem e intenção comportamental

Fodness (1994Fodness, D. (1994). Measuring tourist motivation. Annals of Tourism Research, 21(3), 555‒581. https://doi.org/10.1016/0160-7383(94)90120-1
https://doi.org/10.1016/0160-7383(94)901...
) já constatava uma literatura ampla referindo-se à motivação de viagem, com diferentes abordagens, embora observasse uma limitação de pesquisas empíricas à procura de compreender as razões pelas quais as pessoas viajam. Corroborando essa perspectiva, Hosany et al. (2020Hosany, S., Buzova, D., & Sanz-Blas, S. (2020). The influence of place attachment, ad-evoked positive affect, and motivation on intention to visit: Imagination proclivity as a moderator.Journal of Travel Research,59(3), 477‒495. https://doi.org/10.1177/0047287519830789
https://doi.org/10.1177/0047287519830789...
) apontam uma escassez nos estudos empíricos sobre a relação entre a motivação de viagem e a intenção comportamental, destacando a importância dessa relação, já que a motivação é constituída como um preditor de intenções futuras.

Alguns pesquisadores, entretanto, trabalharam a associação desses dois construtos, como Li e Cai (2012Li, M., & Cai, L. A. (2012). The effects of personal values on travel motivation and behavioral intention.Journal of Travel Research,51(4), 473‒487. https://doi.org/10.1177/0047287511418366
https://doi.org/10.1177/0047287511418366...
), Huang e Hsu (2009Huang, S., & Hsu, C. H. (2009). Effects of travel motivation, past experience, perceived constraint, and attitude on revisit intention.Journal of Travel Research,48(1), 29‒44. https://doi.org/10.1177/0047287508328793
https://doi.org/10.1177/0047287508328793...
). Com base no exposto, as seguintes hipóteses são desenvolvidas para este estudo:

  • H11: A motivação de viagem afeta positivamente a intenção de visitar hotéis fazenda.

  • H12: A motivação de viagem afeta positivamente a disposição para pagar mais.

À vista do referencial teórico apresentado, no qual foram definidos os construtos utilizados para responder aos objetivos deste estudo, além das 12 hipóteses levantadas, foi desenvolvido o modelo de pesquisa representado pela Figura 2.

Figura 2.
Modelo de Pesquisa

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Considerando que o objetivo da presente pesquisa foi investigar as relações existentes entre o risco percebido e seus antecedentes na intenção de visitar e na disposição para pagar mais por hotéis fazenda, durante uma crise de saúde, utilizou-se o desenho de pesquisa conclusivo-descritivo-transversal único, proposto por Malhotra et al. (2017Malhotra, N., Nunan, D., & Birks, D. (2017).Marketing research: An applied approach. Pearson.). Clow e James (2013Clow, K. E., & James, K. E. (2013).Essentials of marketing research: Putting research into practice. SAGE publications.) indicam os métodos quantitativos como uma abordagem adequada para as pesquisas descritivas e causais. No presente estudo, foi empregada a pesquisa de levantamento transversal único. A coleta de dados, para levantamento das informações sobre os construtos descritos no modelo de hipóteses, foi realizada por meio de survey construído com bases em modelos propostos por autores com relevância reconhecida nos temas, com as adequações necessárias a uma melhor condução do estudo.

Assim sendo, a escolha das escalas que serviram como base para a criação do instrumento se deu por meio de pesquisa da literatura relacionada com cada construto, priorizando aquelas testadas nos contextos de turismo. Para fazer sentido, as afirmações foram adequadas, no que cabiam, para a situação Covid-19. Dessa forma, essas adequações foram validadas por uma banca de 3 doutores da área, além de ter sido realizado um pré-teste com 11 respondentes, aleatoriamente selecionados, com a finalidade de validar o instrumento proposto e identificar possíveis problemas de interpretação ou situações adversas, os quais pudessem gerar problemas de preenchimento pelo público-alvo do estudo (Quadro 2).

A população considerada para responder ao questionário foi formada por cidadãos brasileiros com idade acima de 18 anos. Assim, a seleção da amostra foi realizada pela técnica não probabilística. Os surveys foram disponibilizados no Whatsapp e nas redes sociais (Instagram e Facebook). A formatação e distribuição do survey foram realizados pelo aplicativo de gerenciamento de pesquisa Google Forms. As questões de escala intervalar tipo Likert foram de 7 pontos, com variação de 1 a 7, entre “discordo totalmente” a “concordo totalmente”. A coleta ocorreu entre os dias 16 e 21 de fevereiro de 2021, sendo importante ressaltar, que até o final da coleta, apenas 0,55% da população brasileira estava completamente imunizada e 2,76% da população haviam recebido ao menos uma dose da vacina contra a covid-19. O survey obteve 506 respondentes, dentre os quais 441 foram considerados válidos.

Quadro 2
Itens do Questionário

Além desses itens, foram feitas algumas perguntas para analisar a caracterização da amostra, e o resultado é demonstrado no tópico 5.2.

A análise dos dados obtidos por meio do survey foi realizada pela técnica multivariada de Modelagem de Equações Estruturais (MEE), especificamente a PLS-SEM. A PLS-SEM é definida como uma “abordagem alternativa de estimação para SEM tradicional. Os construtos são representados como compostos, com base em resultados de análise fatorial, sem tentativa de recriar covariâncias entre itens medidos” (Hair et al., 2009Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Artmed. , p. 644). Além da PLS-SEM ser mais adequada a esse tipo de pesquisa exploratória de equações estruturais, ou seja, quando um modelo está sendo desenvolvido, ainda minimiza os problemas decorrentes da não normalidade dos dados, comuns em pesquisas em ciências sociais. O software SmartPLS foi utilizado para a aplicação desse método.

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1. Preparação do banco de dados

Para certificar de que apenas questionários válidos compusessem o banco de dados final, foram adotados procedimentos prévios e tratamentos posteriores. O questionário foi construído habilitando-se a opção “obrigatória” em todas as questões, além disso, finalizado o período de coleta, foi avaliada a ocorrência de formulários duplicados e dados atípicos (outliers). No banco de dados total (506), foi apontada a existência de 58 casos que foram imediatamente excluídos. Prosseguiu-se com a análise da existência de dados atípicos, e foram adotados dois métodos na detecção de possíveis observações atípicas: detecção univariada e detecção multivariada. Optou-se pela exclusão dos 6 casos que apresentaram 3 ou mais indicadores superiores aos extremos -4 e +4, na análise de outliers univariados e de 1 caso para a análise multivariada, totalizando 7 casos excluídos, considerando as duas análises. A base final da pesquisa para a análise dos resultados seguiu com 441 observações.

5.2. Perfil da amostra

A Tabela 1 apresenta uma representação total dos dados, para uma melhor compreensão do perfil da amostra.

Tabela 1
Perfil da Amostra

5.3. Análise fatorial confirmatória

A análise fatorial confirmatória (AFC), conforme exposto por Hair et al. (2009Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Artmed. ), é uma técnica que possibilita a confirmação ou rejeição de uma teoria pré-concebida. A partir da construção do modelo, procedeu-se a aplicação da funcionalidade PLS Algorithm, com o objetivo de avaliar a validade convergente e discriminante, além da confiabilidade dos construtos e indicadores que os representam.

5.3.1. Validade convergente

A validade convergente que avalia “o quanto indicadores de um construto específico convergem ou compartilham uma elevada proporção de variância em comum” (Hair et al., 2009Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Artmed. , p. 589) é o ponto inicial da análise do modelo. Ela pode ser estimada pela confiabilidade simples (Alfa de Cronbach), confiabilidade composta (CC), e pela variância média extraída (AVE). A AFC apresenta estimativas de caminho para os construtos e indicadores, e pode revelar problemas com as medidas. De acordo com Hair et al. (2009Maddux, J. E., & Rogers, R. W. (1983). Protection motivation and self-efficacy: A revised theory of fear appeals and attitude change. Journal of Experimental Social Psychology, 19(5), 469‒479. https://doi.org/10.1016/0022-1031(83)90023-9
https://doi.org/10.1016/0022-1031(83)900...
), além de significantes, os valores idealmente desejáveis das cargas são superiores a 0,7. São aceitáveis valores ligeiramente inferiores, quando se tratar de pesquisas exploratórias, como é o caso desta. A confiabilidade de um construto, seja ela simples ou composta, aponta uma consistência interna da escala com sugestão de valores de 0,7 ou mais, e podem ser aceitáveis valores entre 0,6 e 0,7, quando outros valores do construto forem bons. Para a AVE, valores superiores a 0,5 sugerem uma convergência adequada.

Avaliando-se os índices apresentados para os indicadores, pelos parâmetros anteriormente relacionados, verificou-se a necessidade de exclusão daqueles que apresentaram valores inferiores ao recomendado, buscando um melhor ajuste do modelo. Assim, foram retirados: GRAV3 (0,58), EFI3 (0,36), EFI4 (0,10), PREV1 (0,42), RDES3 (0,59), RPSI4 (0,61), DISP1 (0,64) e DISP2 (0,55). Dessa forma, o ajuste do modelo iniciou pela retirada dos indicadores e promovendo uma nova rodada do PLS Algorithm com o objetivo de melhorar tanto a confiabilidade quanto a validade do modelo. A estimativa de caminho do modelo ajustado para os indicadores foi apresentada, conforme Tabela 2, apresentando, praticamente, todos os indicadores com valores superiores a 0,70, com exceção de MVESC1, destacado em negrito, com 0,67. Entretanto, optou-se por sua continuidade no modelo ajustado final, pela natureza exploratória da pesquisa, como apontam Hair et al. (2009Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Artmed. ). Importante destacar, também, que, pelo mesmo motivo, decidiu-se pela manutenção da dimensão Eficácia de Resposta, mesmo constituída por 2 indicadores.

Tabela 2
Estimativa de caminho do modelo ajustado - final

Realizado o ajuste do modelo, prosseguiu-se para a avaliação da confiabilidade simples, confiabilidade composta e variância média extraída como apresentado na Tabela 3. Os resultados demonstram a adequação de todos os construtos aos parâmetros sugeridos para cada uma das medidas.

Tabela 3
Confiabilidade simples, confiabilidade composta e variância média extraída

5.3.2. Validade Discriminante

Hair et al. (2009Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Artmed. , p. 592) definem a validade discriminante como “o grau em que um construto é verdadeiramente diferente dos demais”, ou seja, a avaliação da validade discriminante tem o objetivo de garantir que um construto tenha as relações mais fortes com seus próprios indicadores, comparativamente a um outro construto, no modelo de caminho PLS (Hair et al., 2017Hair, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM) (2nd ed.). Sage. ). Para avaliar a validade discriminante, foi utilizado o critério Fornell-Larcker (Fornell & Larcker, 1981Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Structural equation models with unobservable variables and measurement error: Algebra and statistics. Journal of Marketing Research, 18(3), 382-388. https://doi.org/10.2307/3150980
https://doi.org/10.2307/3150980...
).

No critério Fornell-Larcker, recomenda-se que as correlações entre os construtos devem ser inferiores à raiz da AVE (Tabela 4).

Tabela 4
Critério Fornell-Larcker - modelo ajustado

Desse modo, a validade discriminante entre construtos e dimensões do modelo ajustado fica comprovada pelo critério, possibilitando o avanço para a fase de modelagem de equações estruturais.

5.4. Modelo estrutural

No modelo estrutural, estão representadas as inter-relações de variáveis entre construtos, para testar o modelo teórico proposto, por meio da modelagem de equações estruturais, ou seja, uma série de equações de regressão múltipla separadas estimadas simultaneamente (Hair et al., 2009Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Artmed. ). Esta fase foi realizada pelo software SmartPLS, na funcionalidade Bootstrapping.

O resultado do teste de hipóteses, apresentado na Tabela 5, demonstra que 9 das 12 hipóteses propostas foram suportadas.

Tabela 5
Resultado do teste de hipóteses - linear

O primeiro resultado apresentado pelo modelo estrutural é a confirmação de que o construto Risco Percebido é formado pelas dimensões Risco Temporal (0,81), Risco Psicológico (0,75), Risco de Desempenho (0,71), Risco Físico (0,71) e Risco Financeiro (0,54), suportando a hipótese H1 deste estudo, consistente com as descobertas de estudos anteriores sobre o tema (e.g. Roselius, 1971Roselius, T. (1971). Consumer rankings of risk reduction methods.Journal of Marketing,35(1), 56‒61. https://doi.org/10.2307/1250565
https://doi.org/10.2307/1250565...
; Jacoby & Kaplan, 1972Jacoby, J., & Kaplan, L. (1972). The components of perceived risk. Advances in Consumer Research, 3, 1-19. ; Mitchell, 1992Mitchell, V. (1992). Understanding consumers’ behaviour: Can perceived risk theory help? Management Decision, 30(3), 26-31. https://doi.org/10.1108/00251749210013050
https://doi.org/10.1108/0025174921001305...
; Khan et al., 2017Khan, M. J., Chelliah, S., & Ahmed, S. (2017). Factors influencing destination image and visit intention among young women travellers: Role of travel motivation, perceived risks, and travel constraints.Asia Pacific Journal of Tourism Research,22(11), 1139‒1155. https://doi.org/10.1080/10941665.2017.1374985
https://doi.org/10.1080/10941665.2017.13...
). Percebe-se que a dimensão Risco Temporal é a mais saliente, refletindo a preocupação do turista quanto ao tempo despendido em uma viagem para um hotel fazenda durante uma pandemia. Ressalta-se a posição do Risco Físico, sendo a terceira dimensão mais saliente, e isso pode ser explicado tendo em vista que o conhecimento técnico de prevenção da doença estava bem disseminado no momento da coleta de dados (cerca de um ano após a declaração da Pandemia da Covid-19). Conforme Chien et al. (2017Chien, P. M., Sharifpour, M., Ritchie, B. W., & Watson, B. (2017). Travelers’ health risk perceptions and protective behavior: A psychological approach. Journal of Travel Research, 56(6), 744‒759. https://doi.org/10.1177/0047287516665479
https://doi.org/10.1177/0047287516665479...
), embora os viajantes não possam impedir os riscos, eles podem tomar medidas para reduzir suas chances de ocorrência desses eventos negativos ou reduzir os danos que esses eventos podem causar, além disso, o conhecimento técnico apoia abordagens mais responsivas às mudanças nas circunstâncias de risco (Hartjes et al., 2009Hartjes, L. B., Baumann, L. C., & Henriques, J. B. (2009). Travel health risk perceptions and prevention behaviors of US study abroad students. Journal of Travel Medicine, 16(5), 338‒343. http://doi.org/10.1111/j.1708-8305.2009.00322.x
http://doi.org/10.1111/j.1708-8305.2009....
)

A hipótese 2 também é suportada revelando uma relação negativa entre o Risco Percebido e a Intenção de Visitar (-0,43). Essa descoberta é condizente com estudos anteriores os quais, confirmando o risco percebido, têm um papel preditor na intenção de comportamento do turista (Bauer, 1960Bauer, R. A. (1960). Consumer behavior as risk taking. Proceedings of the 43rd National Conference of the American Marketing Assocation, June 15, 16, 17, Chicago, Illinois, 1960, American Marketing Association, 389-398. ; Roselius, 1971Roselius, T. (1971). Consumer rankings of risk reduction methods.Journal of Marketing,35(1), 56‒61. https://doi.org/10.2307/1250565
https://doi.org/10.2307/1250565...
; Lee et al., 2019Lee, J. H., Mustapha, A., & Hwang, J. (2019) Enhancing ethnic restaurant visits and reducing risk perception: The effect of information and protection motivation. Journal of Hospitality and Tourism Insights, 2(4), 341-357. https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-0068
https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-006...
; Zhu & Deng, 2020Zhu, H., & Deng, F. (2020). How to influence rural tourism intention by risk knowledge during COVID-19 containment in China: Mediating role of risk perception and attitude.International Journal of Environmental Research and Public Health,17(10), 3514. https://doi.org/10.3390/ijerph17103514
https://doi.org/10.3390/ijerph17103514...
). Bi e Gu (2019Bi, J., & Gu, C. (2019). Cultural distance and international tourists’ intention to visit a destination.Asia Pacific Journal of Tourism Research,24(8), 839‒849. https://doi.org/10.1080/10941665.2019.1635503
https://doi.org/10.1080/10941665.2019.16...
) reforçam que, desde que o risco e a segurança passaram a fazer parte da preocupação das pessoas, quando escolhem um destino de viagem, esse destino pode ser considerado mais ou menos desejável em função de como os indivíduos percebem o risco em visitá-lo.

O Risco Percebido, entretanto, não apresentou relação linear com a Disposição de Pagar Mais, rejeitando a hipótese 3. Esse resultado contraria achados anteriores, como o de Qiu et al. (2020Qiu, R. T., Park, J., Li, S., & Song, H. (2020). Social costs of tourism during the COVID-19 pandemic. Annals of Tourism Research, 84, 102994. https://doi.org/10.1016/j.annals.2020.102994
https://doi.org/10.1016/j.annals.2020.10...
) e Lin et al. (2020Lin, C. T., Huang, Y. S., Liao, L. W., & Ting, C. T. (2020). Measuring consumer willingness to pay to reduce health risks of contracting dengue fever. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(5), 1810. https://doi.org/10.3390/ijerph17051810
https://doi.org/10.3390/ijerph17051810...
) que revelam uma ligação direta e representativa entre o Risco Percebido e a Disposição para Pagar Mais.

Foram encontradas evidências de uma relação positiva entre a influência da Disposição para Pagar Mais nos Protocolos de Prevenção, apoiando a hipótese 5. Lai e Wong (2020Lai, I. K. W., & Wong, J. W. C. (2020). Comparing crisis management practices in the hotel industry between initial and pandemic stages of COVID-19. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(10), 3135-3156. https://doi.org/10.1108/IJCHM-04-2020-0325
https://doi.org/10.1108/IJCHM-04-2020-03...
), em uma análise de importância-desempenho, revelam que os protocolos de prevenção de epidemia apresentam alta importância. Essa descoberta indica que os indivíduos estão mais propensos a investir em aspectos tangíveis que podem acarretar um aumento na segurança da viagem como a medição de temperatura de hóspedes e funcionários.

Em contrapartida, quando se avalia a ligação entre os Protocolos de Prevenção Intenção de Visitar e Risco Percebido, não são encontradas evidências que suportem essas relações, rejeitando as hipóteses 4 e 6. Ambos os resultados levam a crer que, embora o turista esteja disposto a pagar mais por ações efetivas adotadas pelos hotéis fazenda na prevenção da pandemia, como comprovou a hipótese 5, não é possível afirmar que esses protocolos reduzirão o risco percebido nem aumentarão a intenção de visitar.

Outro resultado do modelo estrutural foi que o construto Motivação de Proteção é formado pelas dimensões Autoeficácia, Eficácia de Resposta, Gravidade e Vulnerabilidade, confirmando a hipótese 7 e validando a Teoria da Motivação de Proteção (TMP), como já foi feito em outros trabalhos desenvolvidos na área de turismo (e.g. Bubeck et al., 2012Bubeck, P., Botzen, W. J. W., & Aerts, J. C. (2012). A review of risk perceptions and other factors that influence flood mitigation behavior.Risk Analysis: An International Journal,32(9), 1481‒1495. https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011.01783.x
https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011...
; Janmaimool, 2017Janmaimool, P. (2017). Application of protection motivation theory to investigate sustainable waste management behaviors.Sustainability, 9(7), 1079. https://doi.org/10.3390/su9071079
https://doi.org/10.3390/su9071079...
; Fisher et al., 2018Fisher, J. J., Almanza, B. A., Behnke, C., Nelson, D. C., & Neal, J. (2018). Norovirus on cruise ships: Motivation for handwashing?International Journal of Hospitality Management,75, 10‒17. https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2018.02.001
https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2018.02.0...
; Wang et al., 2019Wang, J., Liu-Lastres, B., Ritchie, B. W., & Mills, D. J. (2019). Travellers’ self-protections against health risks: An application of the full Protection Motivation Theory. Annals of Tourism Research, 78, 102743. https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.102743
https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.10...
; Lee et al., 2019Lee, J. H., Mustapha, A., & Hwang, J. (2019) Enhancing ethnic restaurant visits and reducing risk perception: The effect of information and protection motivation. Journal of Hospitality and Tourism Insights, 2(4), 341-357. https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-0068
https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-006...
). A dimensão que se revela mais saliente na TMP é a Gravidade (0,87), seguida da Vulnerabilidade (0,61), da Autoeficácia (0,55) e, por fim, da Eficácia de Resposta (0,34).

Destaca-se que as duas variáveis com maiores coeficientes (Gravidade e Vulnerabilidade) são as que compõem o processo cognitivo da avaliação da ameaça (Maddux & Rogers, 1983Maddux, J. E., & Rogers, R. W. (1983). Protection motivation and self-efficacy: A revised theory of fear appeals and attitude change. Journal of Experimental Social Psychology, 19(5), 469‒479. https://doi.org/10.1016/0022-1031(83)90023-9
https://doi.org/10.1016/0022-1031(83)900...
), demonstrando uma maior preocupação do turista com os riscos aos quais ele estará exposto em um hotel fazenda, durante uma pandemia, e as consequências dessa exposição. A Autoeficácia e Eficácia de Resposta, componentes do processo de avaliação de enfrentamento (Maddux & Rogers, 1983Maddux, J. E., & Rogers, R. W. (1983). Protection motivation and self-efficacy: A revised theory of fear appeals and attitude change. Journal of Experimental Social Psychology, 19(5), 469‒479. https://doi.org/10.1016/0022-1031(83)90023-9
https://doi.org/10.1016/0022-1031(83)900...
), embora apresentem resultados relevantes, possuem menos força, ou seja, a avaliação da capacidade de realizar comportamentos de proteção, assim como o quão eficazes serão, exercem menos influência na Motivação de Proteção. Assim, em conformidade com a pesquisa de Wang et al. (2019Wang, J., Liu-Lastres, B., Ritchie, B. W., & Mills, D. J. (2019). Travellers’ self-protections against health risks: An application of the full Protection Motivation Theory. Annals of Tourism Research, 78, 102743. https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.102743
https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.10...
), este estudo demonstra que tanto a avaliação de ameaça quanto a avaliação de enfrentamento determinam as intenções dos indivíduos em se protegerem. Em contrapartida, contrariamente a este mesmo estudo, a avaliação de ameaça gera efeitos mais fortes na Motivação de Proteção.

A relação da Motivação de Proteção com o Risco Percebido também foi suportada, confirmando a hipótese 8. Esse fato corrobora os achados de Bubeck et al. (2012Bubeck, P., Botzen, W. J. W., & Aerts, J. C. (2012). A review of risk perceptions and other factors that influence flood mitigation behavior.Risk Analysis: An International Journal,32(9), 1481‒1495. https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011.01783.x
https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011...
) que reiteram a capacidade da TMP em explicar o comportamento do indivíduo, quando percebe um risco. Assim, verifica-se que o turista, ao avaliar os riscos de se hospedar em um hotel fazenda durante uma pandemia, não age imediatamente. Ele analisa a situação tanto pela perspectiva das ameaças a que estará exposto (vulnerabilidade e gravidade) quanto pela avaliação do enfrentamento (autoeficácia e eficácia), uma vez que suas conclusões refletirão diretamente na percepção de risco.

Validando descobertas anteriores (e.g. Papadimitriou & Gibson, 2008Papadimitriou, D., & Gibson, H. (2008). Benefits sought and realized by active mountain sport tourists in Epirus, Greece: Pre-and post-trip analysis.Journal of Sport & Tourism,13(1), 37‒60. https://doi.org/10.1080/14775080801972056
https://doi.org/10.1080/1477508080197205...
; Li & Cai, 2012Li, M., & Cai, L. A. (2012). The effects of personal values on travel motivation and behavioral intention.Journal of Travel Research,51(4), 473‒487. https://doi.org/10.1177/0047287511418366
https://doi.org/10.1177/0047287511418366...
; Hosany et al., 2020Hosany, S., Buzova, D., & Sanz-Blas, S. (2020). The influence of place attachment, ad-evoked positive affect, and motivation on intention to visit: Imagination proclivity as a moderator.Journal of Travel Research,59(3), 477‒495. https://doi.org/10.1177/0047287519830789
https://doi.org/10.1177/0047287519830789...
), a hipótese 9 foi suportada, comprovando que as dimensões motivacionais examinadas neste estudo (Escapismo, Relaxamento, Entusiasmo e Aprendizagem) formam o construto Motivação de Viagem. Dentre as dimensões, o Relaxamento (0,87) e o Escapismo (0,84) são os mais salientes, evidenciando a necessidade das pessoas que vivenciam uma pandemia de relaxar, diminuindo a tensão e ficando próximas da natureza.

Avaliando-se os resultados apresentados para as dimensões Motivação de Viagem, compreende-se a importância de todas serem consideradas na oferta de hospedagem, uma vez que, como exposto, a motivação de viagem é reconhecidamente um preditor das intenções futuras (Li & Cai, 2012Li, M., & Cai, L. A. (2012). The effects of personal values on travel motivation and behavioral intention.Journal of Travel Research,51(4), 473‒487. https://doi.org/10.1177/0047287511418366
https://doi.org/10.1177/0047287511418366...
). Esse fato é confirmado pela relação estabelecida na hipótese 11, Motivação de Viagem ➔ Intenção de Visitar, que é suportada nesse estudo, reforçando os achados de trabalhos anteriores (e.g. Li & Cai, 2012Li, M., & Cai, L. A. (2012). The effects of personal values on travel motivation and behavioral intention.Journal of Travel Research,51(4), 473‒487. https://doi.org/10.1177/0047287511418366
https://doi.org/10.1177/0047287511418366...
; Caber et al., 2020Caber, M., González-Rodríguez, M. R., Albayrak, T., & Simonetti, B. (2020). Does perceived risk really matter in travel behaviour?Journal of Vacation Marketing,26(3), 334‒353. https://doi.org/ 10.1177/1356766720927762
https://doi.org/ 10.1177/135676672092776...
; Afshardoost & Eshaghi, 2020Afshardoost, M., & Eshaghi, M. S. (2020). Destination image and tourist behavioral intentions: A meta-analysis.Tourism Management,81, 104154. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104154
https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.1...
).

Outra relação evidenciada é a associação positiva entre a Motivação de Viagem e Disposição para Pagar Mais, confirmando a hipótese 12. Essa relação constata que, em um momento de crise, com restrição de circulação, atividades de lazer limitadas, o desejo de descansar, entretendo-se em outro ambiente, faz com que o turista se disponha a pagar mais por hotéis fazenda que propiciem um ambiente seguro, preocupando-se genuinamente com a saúde do hóspede. Essa preocupação com os aspectos de segurança e saúde é reforçada pela hipótese 10, que apresenta a relação negativa Motivação de Viagem ➔ Risco Percebido, também suportada neste estudo. Essa é uma evidência que corrobora as descobertas da pesquisa de Zheng (2018Zheng, S. (2018). Evaluating the impact of travel motivations, sensation seeking, destination perceived risk on consumer choice. Kent State University College.), que evidencia uma influência relevante da percepção do risco na motivação de viagem. Isso quer dizer que quanto mais o turista percebe os diversos riscos (físico, financeiro, psicológico, temporal ou de desempenho), menos motivado ele fica em viajar.

5.5. Matriz Importância-Desempenho

A Matriz Importância-Desempenho (IPMA) é uma abordagem de análise no PLS-SEM que amplia os resultados do coeficiente de caminho estimado de um construto (importância), ao acrescentar a dimensão que considera os valores médios das pontuações das variáveis latentes (desempenho). Os resultados permitem a identificação de predecessores com importância relativamente alta e desempenho relativamente baixos, sendo estes os principais pontos de melhoria e de prioridade alta, nas ações gerenciais (Hair et al., 2017Hair, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM) (2nd ed.). Sage. ).

Neste estudo, a análise foi realizada para os construtos que possuem mais de um predecessor. Para isso, utilizou-se a função Importance-Performance Map Analysis (IPMA) no SmartPLS, e, a partir dos resultados apresentados, foram calculadas as médias tanto da importância, quanto do desempenho dos construtos predecessores, com o objetivo de traçar as linhas médias no mapa.

A Figura 3 representa o mapa do construto Risco Percebido. Verifica-se que o construto Motivação de Proteção é o predecessor que apresenta a maior importância, entretanto tem o desempenho mais baixo. A Motivação de Viagem e os Protocolos de Prevenção, em contrapartida, ocupam o quadrante de baixa importância e alto desempenho. Esse resultado revela a necessidade de uma maior atenção dos gestores hoteleiros para a Motivação de Proteção e ajuda a compreender como as atitudes e comportamentos dos indivíduos podem mudar diante de ameaças, referindo-se a um modelo preditivo das escolhas e comportamentos de proteção à saúde. As dimensões Gravidade e Vulnerabilidade, que foram identificadas como mais fortes na Motivação de Proteção, precisam receber atenção, pois melhorando esses aspectos, haverá um reflexo na redução do risco percebido.

Figura 3.
Mapa IPMA Risco Percebido

O mapa de importância-desempenho do construto Intenção de Visitar, representado pela Figura 4, aponta que o construto Risco Percebido apresenta uma alta importância, mas um baixo desempenho. Adotar protocolos de prevenção não parece ser suficiente para que os turistas percebam menos risco, como ficou demonstrado na IPMA de Risco Percebido. Nesta IPMA de Intenção de Visitar eles também apresentam baixa importância, embora estejam no quadrante de alto desempenho. Isso leva a crer que os turistas podem estar considerando que ter protocolos de prevenção não é um diferencial e, sim, algo esperado, além de não ser garantia de maior segurança. É necessário então, que existam ações para que os turistas percebam que eles serão efetivos tanto para reduzir os riscos físicos, evitando a contaminação pelo coronavírus, quanto os demais riscos.

O construto Motivação de Viagem apresenta alta importância e alto desempenho. Esse resultado parece ser bastante condizente com o contexto, uma vez que em tempos de crise de saúde, como a atual pandemia de Covid-19, ficar em isolamento social é uma das medidas sugeridas de prevenção. Em vista disso, a Intenção de Visitar recebe ainda mais influência da Motivação de Viagem, uma vez que o turista passa a ter uma maior necessidade de relaxar, abandonar a rotina, fazendo atividades diferentes em novos lugares. Já a Motivação de Proteção encontra-se com importância e desempenho abaixo da média, podendo receber atenção e ganhando pontos de melhoria, de maneira a gerar impacto na Intenção de Visitar.

Figura 4.
Mapa IPMA Intenção de Visitar

O mapa do construto Disposição de Pagar Mais (Figura 5) exibe os Protocolos de Prevenção no quadrante de alta importância e alto desempenho, enquanto a Motivação de Proteção e o Risco Percebido no quadrante de baixa importância e baixo desempenho. Já a Motivação de Viagem está colocada no quadrante de baixa importância e alto desempenho. Por serem os Protocolos de Prevenção o único predecessor com importância acima da média, é possível inferir que o turista se dispõe a pagar mais por serviços concretos dentro da sua hospedagem, como ver os funcionários usando equipamentos de segurança como máscaras, protocolos mais severos de limpeza nos quartos e áreas comuns.

Figura 5.
Mapa IPMA Disposição para Pagar Mais

6. CONCLUSÃO

O objetivo principal deste artigo foi compreender as relações existentes entre o risco percebido e seus antecedentes na intenção de visitar e pagar mais por hotéis fazenda, durante uma crise de saúde, como a atual pandemia da Covid-19. Como resultado, foi constatado que nove hipóteses deste estudo foram suportadas.

Para a teoria, o presente estudo colabora com as pesquisas sobre a influência do risco percebido na intenção comportamental, durante a crise atual do Covid-19, lacuna apontada por Neuburger e Egger (2021Neuburger, L., & Egger, R. (2021). Travel risk perception and travel behaviour during the COVID-19 pandemic 2020: A case study of the DACH region.Current Issues in Tourism,24(7), 1003‒1016. https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1803807
https://doi.org/10.1080/13683500.2020.18...
). Além disso, enriquece os estudos no turismo utilizando como base a Teoria da Motivação de Proteção muito adequada para prever comportamentos de saúde, como sugerido por Wang et al. (2019Wang, J., Liu-Lastres, B., Ritchie, B. W., & Mills, D. J. (2019). Travellers’ self-protections against health risks: An application of the full Protection Motivation Theory. Annals of Tourism Research, 78, 102743. https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.102743
https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.10...
).

Gerencialmente, este estudo fornece aos hoteleiros diversos insights. É necessária a criação de estratégias de comunicação com o cliente, divulgando informações as quais reforcem que viajar para hotéis fazenda não só não tornam os indivíduos mais suscetíveis à contaminação pela Covid-19, como podem diminuir essa relação, por possuir diversos ambientes ao ar livre e em contato com a natureza. Embora haja um apelo forte dos Protocolos de Proteção, reforçados pelas organizações ligadas ao turismo, que têm criado inclusive selos de certificação, isso não é um fator decisivo para a Intenção de Visitar. O que ficou evidente é que este construto é muito mais sensibilizado pela Motivação de Viagem, uma vez que o turista busca relaxar, fugir da rotina e conhecer novos lugares. Assim, reforçar esses aspectos aliados à redução do risco, impactará positivamente na intenção do cliente em visitar um hotel fazenda durante uma crise de saúde.

Embora este estudo tenha oferecido as colaborações apresentadas, é importante reconhecer que possui limitações. Trata-se de um contexto novo, assim, uma pesquisa qualitativa enriqueceria mais a pesquisa. Além disso, o estudo foi realizado no contexto brasileiro, com suas características específicas e políticas para o combate ao vírus da Covid-19, além de ser específica para hotéis fazenda.

A partir das limitações apresentadas, e reconhecendo a afirmação de Gössling et al. (2020Gössling, S., Scott, D., & Hall, C. M. (2020). Pandemics, tourism and global change: A rapid assessment of COVID-19.Journal of Sustainable Tourism,29(1), 1‒20. https://doi.org/10.1080/09669582.2020.1758708
https://doi.org/10.1080/09669582.2020.17...
) de que a crise de saúde atual é sem precedentes, recomenda-se que sejam feitos estudos com a mesma estrutura, em outros estágios, como pós-vacina e pós-pandemia. Além disso, uma melhor investigação sobre a influência dos Protocolos de Prevenção na Intenção Comportamental é recomendada, uma vez que, embora tenha recebido muita atenção do setor, não apresentou relação significante com a Intenção de Visitar.

REFERENCES

  • Afshardoost, M., & Eshaghi, M. S. (2020). Destination image and tourist behavioral intentions: A meta-analysis.Tourism Management,81, 104154. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104154
    » https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104154
  • Bae, S. Y., & Chang, P. J. (2021). The effect of coronavirus disease-19 (COVID-19) risk perception on behavioural intention towards ‘untact’tourism in South Korea during the first wave of the pandemic (March 2020).Current Issues in Tourism,24(7), 1017‒1035. https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1798895
    » https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1798895
  • Baloglu, S. (2000). A path analytic model of visitation intention involving information sources, socio-psychological motivations, and destination image.Journal of Travel & Tourism Marketing, 8(3), 81‒90. https://doi.org/10.1300/J073v08n03_05
    » https://doi.org/10.1300/J073v08n03_05
  • Bauer, R. A. (1960). Consumer behavior as risk taking. Proceedings of the 43rd National Conference of the American Marketing Assocation, June 15, 16, 17, Chicago, Illinois, 1960, American Marketing Association, 389-398.
  • Baum, T., & Hai, N. T. T. (2020). Hospitality, tourism, human rights and the impact of COVID-19.International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(7), 2397‒2407. https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0242
    » https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0242
  • Bi, J., & Gu, C. (2019). Cultural distance and international tourists’ intention to visit a destination.Asia Pacific Journal of Tourism Research,24(8), 839‒849. https://doi.org/10.1080/10941665.2019.1635503
    » https://doi.org/10.1080/10941665.2019.1635503
  • Bubeck, P., Botzen, W. J. W., & Aerts, J. C. (2012). A review of risk perceptions and other factors that influence flood mitigation behavior.Risk Analysis: An International Journal,32(9), 1481‒1495. https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011.01783.x
    » https://doi.org/10.1111/j.1539-6924.2011.01783.x
  • Caber, M., González-Rodríguez, M. R., Albayrak, T., & Simonetti, B. (2020). Does perceived risk really matter in travel behaviour?Journal of Vacation Marketing,26(3), 334‒353. https://doi.org/ 10.1177/1356766720927762
    » https://doi.org/ 10.1177/1356766720927762
  • Chen, F., Dai, S., Zhu, Y., & Xu, H. (2020). Will concerns for ski tourism promote pro‐environmental behaviour? An implication of protection motivation theory.International Journal of Tourism Research,22(3), 303‒313. https://doi.org/10.1002/jtr.2336
    » https://doi.org/10.1002/jtr.2336
  • Chien, P. M., Sharifpour, M., Ritchie, B. W., & Watson, B. (2017). Travelers’ health risk perceptions and protective behavior: A psychological approach. Journal of Travel Research, 56(6), 744‒759. https://doi.org/10.1177/0047287516665479
    » https://doi.org/10.1177/0047287516665479
  • Cho, M., Bonn, M. A., & Li, J. (2020). Examining risk-reduction behavior toward water quality among restaurant guests.Cornell Hospitality Quarterly,61(3), 255‒270. https://doi.org/10.1177/1938965520919106
    » https://doi.org/10.1177/1938965520919106
  • Chua, B. L., Al-Ansi, A., Lee, M. J., & Han, H. (2021). Impact of health risk perception on avoidance of international travel in the wake of a pandemic.Current Issues in Tourism,24(7), 985‒1002. https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1829570
    » https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1829570
  • Clow, K. E., & James, K. E. (2013).Essentials of marketing research: Putting research into practice SAGE publications.
  • Deng, S., Wang, W., Xie, P., Chao, Y., & Zhu, J. (2020). Perceived severity of COVID-19 and post-pandemic consumption willingness: The roles of boredom and sensation-seeking.Frontiers in Psychology, 11, 567784. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.567784
    » https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.567784
  • Duncan, L. A., Schaller, M., & Park, J. H. (2009). Perceived vulnerability to disease: Development and validation of a 15-item self-report instrument.Personality and Individual Differences,47(6), 541‒546. https://doi.org/10.1016/j.paid.2009.05.001
    » https://doi.org/10.1016/j.paid.2009.05.001
  • Fishbein, M., & Ajzen, I. (1975). Belief, attitude, intention, and behavior: An introduction to theory and research Addison-Wesley.
  • Fisher, J. J., Almanza, B. A., Behnke, C., Nelson, D. C., & Neal, J. (2018). Norovirus on cruise ships: Motivation for handwashing?International Journal of Hospitality Management,75, 10‒17. https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2018.02.001
    » https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2018.02.001
  • Floyd, D. L., Prentice‐Dunn, S., & Rogers, R. W. (2000). A meta‐analysis of research on protection motivation theory.Journal of Applied Social Psychology,30(2), 407‒429. https://doi.org/10.1111/j.1559-1816.2000.tb02323.x
    » https://doi.org/10.1111/j.1559-1816.2000.tb02323.x
  • Fodness, D. (1994). Measuring tourist motivation. Annals of Tourism Research, 21(3), 555‒581. https://doi.org/10.1016/0160-7383(94)90120-1
    » https://doi.org/10.1016/0160-7383(94)90120-1
  • Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Structural equation models with unobservable variables and measurement error: Algebra and statistics. Journal of Marketing Research, 18(3), 382-388. https://doi.org/10.2307/3150980
    » https://doi.org/10.2307/3150980
  • Fu, H., Ye, B. H., & Xiang, J. (2016). Reality TV, audience travel intentions, and destination image.Tourism management,55(C), 37‒48. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2016.01.009
    » https://doi.org/10.1016/j.tourman.2016.01.009
  • Google Trends. (2021, June 8). Hotel fazenda Google Trends. https://trends.google.com.br/trends/explore?date=2020-03-11%202021-06-08&geo=BR&q=hotel%20fazenda
    » https://trends.google.com.br/trends/explore?date=2020-03-11%202021-06-08&geo=BR&q=hotel%20fazenda
  • Gössling, S., Scott, D., & Hall, C. M. (2020). Pandemics, tourism and global change: A rapid assessment of COVID-19.Journal of Sustainable Tourism,29(1), 1‒20. https://doi.org/10.1080/09669582.2020.1758708
    » https://doi.org/10.1080/09669582.2020.1758708
  • Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados Artmed.
  • Hair, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM) (2nd ed.). Sage.
  • Hall, C. M., Scott, D., & Gössling, S. (2020). Pandemics, transformations and tourism: Be careful what you wish for. Tourism Geographies, 22(3), 577‒598. https://doi.org/10.1080/14616688.2020.1759131
    » https://doi.org/10.1080/14616688.2020.1759131
  • Harapan, H., Itoh, N., Yufika, A., Winardi, W., Keam, S., Te, H., Megawati, D., Hayati, Z., Wagner, A. L., & Mudatsir, M. (2020). Coronavirus disease 2019 (COVID-19): A literature review. Journal of Infection and Public Health, 13(5), 667-673. https://doi.org/10.1016/j.jiph.2020.03.019
    » https://doi.org/10.1016/j.jiph.2020.03.019
  • Hartjes, L. B., Baumann, L. C., & Henriques, J. B. (2009). Travel health risk perceptions and prevention behaviors of US study abroad students. Journal of Travel Medicine, 16(5), 338‒343. http://doi.org/10.1111/j.1708-8305.2009.00322.x
    » http://doi.org/10.1111/j.1708-8305.2009.00322.x
  • Hosany, S., Buzova, D., & Sanz-Blas, S. (2020). The influence of place attachment, ad-evoked positive affect, and motivation on intention to visit: Imagination proclivity as a moderator.Journal of Travel Research,59(3), 477‒495. https://doi.org/10.1177/0047287519830789
    » https://doi.org/10.1177/0047287519830789
  • Huang, S., & Hsu, C. H. (2009). Effects of travel motivation, past experience, perceived constraint, and attitude on revisit intention.Journal of Travel Research,48(1), 29‒44. https://doi.org/10.1177/0047287508328793
    » https://doi.org/10.1177/0047287508328793
  • Hultman, M., Kazeminia, A., & Ghasemi, V. (2015). Intention to visit and willingness to pay premium for ecotourism: The impact of attitude, materialism, and motivation.Journal of Business Research,68(9), 1854‒1861. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2015.01.013
    » https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2015.01.013
  • Jacoby, J., & Kaplan, L. (1972). The components of perceived risk. Advances in Consumer Research, 3, 1-19.
  • Janmaimool, P. (2017). Application of protection motivation theory to investigate sustainable waste management behaviors.Sustainability, 9(7), 1079. https://doi.org/10.3390/su9071079
    » https://doi.org/10.3390/su9071079
  • Jiang, Y., & Wen, J. (2020). Effects of COVID-19 on hotel marketing and management: A perspective article. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(8), 2563-2573. https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0237
    » https://doi.org/10.1108/IJCHM-03-2020-0237
  • Khan, M. J., Chelliah, S., & Ahmed, S. (2017). Factors influencing destination image and visit intention among young women travellers: Role of travel motivation, perceived risks, and travel constraints.Asia Pacific Journal of Tourism Research,22(11), 1139‒1155. https://doi.org/10.1080/10941665.2017.1374985
    » https://doi.org/10.1080/10941665.2017.1374985
  • Khan, M. J., Chelliah, S., Khan, F., & Amin, S. (2019). Perceived risks, travel constraints and visit intention of young women travelers: The moderating role of travel motivation. Tourism Review, 74(3), 721-738. https://doi.org/10.1108/TR-08-2018-0116
    » https://doi.org/10.1108/TR-08-2018-0116
  • Knight, F. H. (1921).Risk, uncertainty and profit Houghton Mifflin.
  • Küpeli, T., & Özer, L. (2020). Assessing perceived risk and perceived value in the hotel industry: An integrated approach.Anatolia,31(1), 111‒130. https://doi.org/10.1080/13032917.2020.1711785
    » https://doi.org/10.1080/13032917.2020.1711785
  • Lai, I. K. W., & Wong, J. W. C. (2020). Comparing crisis management practices in the hotel industry between initial and pandemic stages of COVID-19. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 32(10), 3135-3156. https://doi.org/10.1108/IJCHM-04-2020-0325
    » https://doi.org/10.1108/IJCHM-04-2020-0325
  • Lee, J. H., Mustapha, A., & Hwang, J. (2019) Enhancing ethnic restaurant visits and reducing risk perception: The effect of information and protection motivation. Journal of Hospitality and Tourism Insights, 2(4), 341-357. https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-0068
    » https://doi.org/10.1108/JHTI-10-2018-0068
  • Li, M., & Cai, L. A. (2012). The effects of personal values on travel motivation and behavioral intention.Journal of Travel Research,51(4), 473‒487. https://doi.org/10.1177/0047287511418366
    » https://doi.org/10.1177/0047287511418366
  • Lin, C. T., Huang, Y. S., Liao, L. W., & Ting, C. T. (2020). Measuring consumer willingness to pay to reduce health risks of contracting dengue fever. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(5), 1810. https://doi.org/10.3390/ijerph17051810
    » https://doi.org/10.3390/ijerph17051810
  • Loi, L. T. I., So, A. S. I., Lo, I. S., & Fong, L. H. N. (2017). Does the quality of tourist shuttles influence revisit intention through destination image and satisfaction? The case of Macao.Journal of Hospitality and Tourism Management,32, 115‒123. https://doi.org/10.1016/j.jhtm.2017.06.002
    » https://doi.org/10.1016/j.jhtm.2017.06.002
  • Maddux, J. E., & Rogers, R. W. (1983). Protection motivation and self-efficacy: A revised theory of fear appeals and attitude change. Journal of Experimental Social Psychology, 19(5), 469‒479. https://doi.org/10.1016/0022-1031(83)90023-9
    » https://doi.org/10.1016/0022-1031(83)90023-9
  • Malhotra, N., Nunan, D., & Birks, D. (2017).Marketing research: An applied approach Pearson.
  • Memish, Z. A., Goubeaud, A., Bröker, M., Malerczyk, C., & Shibl, A. M. (2010). Invasive meningococcal disease and travel. Journal of Infection and Public Health, 3(4), 143‒151. https://doi.org/10.1016/j.jiph.2010.09.008
    » https://doi.org/10.1016/j.jiph.2010.09.008
  • Mitchell, V. (1992). Understanding consumers’ behaviour: Can perceived risk theory help? Management Decision, 30(3), 26-31. https://doi.org/10.1108/00251749210013050
    » https://doi.org/10.1108/00251749210013050
  • MTUR ‒ Ministério do Turismo. (2010). Sistema de classificação dos meios de hospedagem Ministério do Turismo do Brasil. http://antigo.turismo.gov.br/acesso-a-informacao/63-acoes-e-programas/5021-sistema-brasileiro-de-classificacao-de-meios-de-hospedagem-sbclass.html
    » http://antigo.turismo.gov.br/acesso-a-informacao/63-acoes-e-programas/5021-sistema-brasileiro-de-classificacao-de-meios-de-hospedagem-sbclass.html
  • MTUR ‒ Ministério do Turismo. (2020, June 7). Ministério do Turismo divulga estudo sobre parques nacionais e ecoturismo Ministério do Turismo. https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/ultimas-noticias/ministerio-do-turismo-divulga-estudo-sobre-parques-nacionais-e-ecoturismo
    » https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/ultimas-noticias/ministerio-do-turismo-divulga-estudo-sobre-parques-nacionais-e-ecoturismo
  • Neuburger, L., & Egger, R. (2021). Travel risk perception and travel behaviour during the COVID-19 pandemic 2020: A case study of the DACH region.Current Issues in Tourism,24(7), 1003‒1016. https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1803807
    » https://doi.org/10.1080/13683500.2020.1803807
  • Papadimitriou, D., & Gibson, H. (2008). Benefits sought and realized by active mountain sport tourists in Epirus, Greece: Pre-and post-trip analysis.Journal of Sport & Tourism,13(1), 37‒60. https://doi.org/10.1080/14775080801972056
    » https://doi.org/10.1080/14775080801972056
  • Prayag, G., & Ryan, C. (2012). Antecedentes da lealdade dos turistas às Ilhas Maurício: o papel e a influência da imagem do destino, apego ao lugar, envolvimento pessoal e satisfação. Journal of Travel Research, 51(3), 342-356.
  • Prebensen, N. K., Woo, E., Chen, J. S., & Uysal, M. (2013). Motivation and involvement as antecedents of the perceived value of the destination experience.Journal of Travel Research,52(2), 253‒264. https://doi.org/10.1177/0047287512461181
    » https://doi.org/10.1177/0047287512461181
  • Qiu, R. T., Park, J., Li, S., & Song, H. (2020). Social costs of tourism during the COVID-19 pandemic. Annals of Tourism Research, 84, 102994. https://doi.org/10.1016/j.annals.2020.102994
    » https://doi.org/10.1016/j.annals.2020.102994
  • Quintal, V. A., Lee, J. A., & Soutar, G. N. (2010). Risk, uncertainty and the theory of planned behavior: A tourism example.Tourism Management,31(6), 797‒805. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.08.006
    » https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.08.006
  • Rogers, R. W. (1975). A protection motivation theory of fear appeals and attitude change1.The Journal of Psychology,91(1), 93‒114. https://doi.org/10.1080/00223980.1975.9915803
    » https://doi.org/10.1080/00223980.1975.9915803
  • Roselius, T. (1971). Consumer rankings of risk reduction methods.Journal of Marketing,35(1), 56‒61. https://doi.org/10.2307/1250565
    » https://doi.org/10.2307/1250565
  • Sanabria-Díaz, J. M., Aguiar-Quintana, T., & Araujo-Cabrera, Y. (2021). Public strategies to rescue the hospitality industry following the impact of COVID-19: A case study of the European Union. International Journal of Hospitality Management, 97, 102988. https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2021.102988
    » https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2021.102988
  • SEBRAE ‒ Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2012). Ideias Sustentáveis - Hotel Fazenda SEBRAE. http://extranet2.pr.sebrae.com.br/portal/sustentabilidade/Hotel%20Fazenda.pdf
    » http://extranet2.pr.sebrae.com.br/portal/sustentabilidade/Hotel%20Fazenda.pdf
  • Tang, Y. (2014). Travel motivation, destination image and visitor satisfaction of international tourists after the 2008 Wenchuan earthquake: A structural modelling approach.Asia Pacific Journal of Tourism Research,19(11), 1260‒1277. https://doi.org/10.1080/10941665.2013.844181
    » https://doi.org/10.1080/10941665.2013.844181
  • Tavitiyaman, P., & Qu, H. (2013). Destination image and behavior intention of travelers to Thailand: The moderating effect of perceived risk.Journal of Travel & Tourism Marketing,30(3), 169-185.
  • Varah, F., Mahongnao, M., Pani, B., & Khamrang, S. (2021). Exploring young consumers’ intention toward green products: Applying an extended theory of planned behavior.Environment, Development and Sustainability,23(6), 9181‒9195. https://doi.org/10.1007/s10668-020-01018-z
    » https://doi.org/10.1007/s10668-020-01018-z
  • Wang, F., Xue, T., Wang, T., & Wu, B. (2020). The mechanism of tourism risk perception in severe epidemic-The antecedent effect of place image depicted in anti-epidemic music videos and the moderating effect of visiting history.Sustainability,12(13), 5454. https://doi.org/10.3390/su12135454
    » https://doi.org/10.3390/su12135454
  • Wang, J., Liu-Lastres, B., Ritchie, B. W., & Mills, D. J. (2019). Travellers’ self-protections against health risks: An application of the full Protection Motivation Theory. Annals of Tourism Research, 78, 102743. https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.102743
    » https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.102743
  • WTTC ‒ World Travel & Tourism Council. (2020). Travel & tourism - global economic impact & trend 2020 - may 2020 WTTC.
  • Zenker, S., & Kock, F. (2020). The coronavirus pandemic-A critical discussion of a tourism research agenda. Tourism Management, 81, 104164. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104164
    » https://doi.org/10.1016/j.tourman.2020.104164
  • Zheng, S. (2018). Evaluating the impact of travel motivations, sensation seeking, destination perceived risk on consumer choice Kent State University College.
  • Zhu, H., & Deng, F. (2020). How to influence rural tourism intention by risk knowledge during COVID-19 containment in China: Mediating role of risk perception and attitude.International Journal of Environmental Research and Public Health,17(10), 3514. https://doi.org/10.3390/ijerph17103514
    » https://doi.org/10.3390/ijerph17103514

Editado por

EDITOR CHEFE

EDITOR ASSOCIADO

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Maio 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    18 Mar 2022
  • Revisado
    14 Jun 2022
  • Aceito
    28 Jun 2022
  • Publicado
    17 Ago 2023
Fucape Business School Av. Fernando Ferrari, 1358, Boa Vista, 29075-505, Vitória, Espírito Santo, Brasil, (27) 4009-4423 - Vitória - ES - Brazil
E-mail: bbronline@bbronline.com.br