O objetivo deste estudo foi avaliar se existe relação entre doença periodontal e fatores de mortalidade como, por ex., doenças cardiovasculares e diabetes melitus, numa amostra de pessoas idosas. Um único examinador fez avaliação dentária em 284 pacientes. As avaliações periodontais foram feitas com sonda manual UNC-15 para medir profundidade da bolsa e nível de inserção clínica em 6 pontos. As causas dos óbitos foram obtidas das certidões. Para análise estatística utilizou-se ANOVA, teste do qui-quadrado e análise de regressão logística multivariada. Os dados demográficos indicaram que a maioria era constituída de mulheres (exceto para diabetes melitus), leucodermas, casadas, completaram 13 anos de escolaridade e média de 83 anos de idade. O nível de inserção clínica (contínuo ou dicotomizado) e estado civil tiveram significância estatística (p<0,05) na análise das tabelas de contingência (qui-quadrado para independentes). O nível de inserção clínica foi 2,16 vezes mais provável causa de óbito (OR=2,16; 95%CI 1,47-3,17) por doença cardiovascular que o grupo dos sobreviventes e este efeito persistiu mesmo depois de controlados idade, estado civil, sexo, raça e anos de escolaridade (OR=2,03, 95%CI 1.35-3.03). O nível de inserção clínica (contínuo ou dicotomizado) foi muito maior entre os que morreram por diabetes melitus ou fora do estado de Massachusetts, mas estes resultados não foram estatisticamente significantes. O mesmo ocorreu com a profundidade da bolsa gengival (contínua ou dicotomizada), mas estes resultados também não foram estatisticamente significantes. Aparentemente a inserção clínica é mais afetada pelas doenças crônicas em comparação com a profundidade da bolsa. Entre estas doenças, as cardiovasculares têm efeito mais forte.
