Este estudo avaliou as preferências de cirurgiões-dentistas sobre o clareamento de dentes vitais e não-vitais. Também investigou a possível relação entre o grau de formação profissional e as decisões clínicas tomadas por estes profissionais. Para isso, realizamos um estudo transversal. Cirurgiões-dentistas (n=276) de uma cidade de médio porte do sul do Brasil (Pelotas, RS) receberam um questionário contendo perguntas sobre informação sócio-demográfica, nível de especialização e ano de graduação. Adicionalmente, foram realizadas perguntas sobre o material de primeira escolha, técnicas e práticas clínicas relacionadas a clareamento de dentes vitais e não vitais. Os dados obtidos foram submetidos à análise descritiva e as possíveis associações entre variáveis foram avaliadas utilizando o teste Qui-Quadrado e teste Exato de Fisher (p<0,05). A taxa de resposta foi de 68% (187). A técnica de clareamento caseiro supervisionada foi preferida (78,1%) em detrimento da técnica em consultório (21,9%). Os dentistas escolheram preferentemente o peróxido de carbamida (PC) a 10% para clareamento vital caseiro (40,2%) e o peróxido de hidrogênio (PH) >30% para o clareamento de dentes despolpados (31,7%). A maioria dos dentistas que realizaram cursos de pós-graduação preferiram o clareamento caseiro (p=0,003). Além disso, o clareamento caseiro foi mais indicado pelos dentistas mais jovens. Não foi encontrada relação entre as escolhas para clareamento de dentes despolpados e ano de graduação (p=0,532) ou grau de formação (p=0,083). O clareamento vital caseiro foi escolhido em detrimento das técnicas de consultório; CP a 10% e HP > 30% foram os agentes de escolha para o tratamento de dentes vitais e não vitais escurecidos, respectivamente. O tempo de prática clínica e o nível de especialização foram associados com as escolhas dos dentistas somente para clareamento de dentes vitais.