O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre a morfologia do arco dental mandibular e da coroa do incisivo central maxilar. Para isso, foram avaliados modelos em gesso de 51 indivíduos, leucodermas, com idade acima de 15 anos, com oclusão ótima, sem tratamento ortodôntico prévio, que deveriam apresentar 4 das 6 chaves de oclusão de Andrews (sendo a primeira indispensável). Estes modelos foram digitalizados em 3D e foram obtidas imagens tanto do incisivo central quanto do arco dental. As imagens foram impressas e dispostas em umafolha, abaixodemodelospré-estabelecidos de arcos e de coroas dentais, e distribuídos para 12 cirurgiões-dentistas, que foram convidados a escolher o formato que mais estivesse em conformidade com os modelos e coroas apresentados. Foi realizado o teste Kappa para avaliar a concordância entre os avaliadores, enquanto o teste do qui-quadrado foi utilizado para verificar a associação do arco dental e do incisivo central, com nível de significância de 5%. O teste Kappa mostrou concordância moderada entre os examinadores para as variáveis deste estudo, e o teste do qui-quadrado mostrou não haver associação estatisticamente significante entre a forma do dente e do arco dental mandibular. Pode-se concluir que a utilização da morfologia do arco como método diagnóstico para determinar a forma do incisivo central maxilar não é apropriada. Pesquisas adicionais são necessárias para avaliar a forma do dente utilizando ciência baseada em evidência.
