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O que pode um mapa? Agência nos traços e caminhos dos desenhos do povo Hupd’äh

What can a map do? Agency in the traits and paths of the drawings of the Hupd’äh people

Resumo

Neste texto, percorrem-se os mapas desenhados por comunidades do povo Hupd’äh durante a elaboração do Plano de Gestão Territorial e Ambiental da Terra Indígena Alto Rio Negro (PGTA), entre 2015 e 2019. Recentemente, trabalhos de mapeamento tomaram relevo nas comunidades, seja como demanda para a incorporação em atividades escolares, seja como mediadores em discussões mais amplas. O exercício proposto é o de realizar uma descrição etnográfica da produção destes desenhos, buscando delinear possibilidades de leitura antropológica. O texto é divido em quatro tópicos. Inicialmente, são apresentadas informações contextuais e históricas sobre os Hupd’äh, passando a uma breve descrição das oficinas realizadas nos trabalhos do PGTA. O cerne do texto trata dos mapas propriamente ditos, trazendo o processo de desenhar, a territorialidade que indicam seus traços, lugares, toponímias e histórias que compõem essas iconografias de n¯ih s’ah (‘nossa terra’). O tópico final pontua algumas leituras possíveis dessas iconografias como experiências compartilhadas entre anciãos e jovens e como uma linguagem possível para a afirmação territorial.

Palavras-chave
Hupd’äh; Alto rio Negro; Mapeamento participativo; Desenho; Etnografia

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